Emprego recuperou 3,8% em relação a Agosto do ano passado

Taxa de desemprego recuou para 6,4% e a da sub-utilização do trabalho manteve-se em 12,6% em Agosto.

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Os apoios pagos às empresas em Agosto totalizaram 107,1 milhões de euros Miguel Manso

A taxa de desemprego baixou em Agosto pelo terceiro mês consecutivo, recuando para um valor equivalente a 6,4% da população activa. O Instituto Nacional de Estatística (INE), que nesta quarta-feira actualizou as estatísticas mensais sobre o mercado laboral, estima haver 325,9 mil pessoas desempregadas.

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A taxa de desemprego baixou em Agosto pelo terceiro mês consecutivo, recuando para um valor equivalente a 6,4% da população activa. O Instituto Nacional de Estatística (INE), que nesta quarta-feira actualizou as estatísticas mensais sobre o mercado laboral, estima haver 325,9 mil pessoas desempregadas.

Ao mesmo tempo, o emprego registou uma trajectória intermitente: se, por um lado, a população empregada recuou 0,6% face a Julho (havendo menos 27,8 mil pessoas no mercado de trabalho), por outro, aumentou 0,5% em relação a três meses antes (com uma melhoria que se traduziu na entrada ou regresso ao mercado de trabalho de 21,9 mil pessoas). Quando se olha para a evolução face ao patamar em que se encontrava há um ano, verifica-se uma recuperação do emprego de 3,8%. A população empregada passou em Agosto deste ano para 4,798 milhões de trabalhadores, o que representa uma diferença positiva de 176,7 mil comparativamente a um ano antes.

As estatísticas do INE dizem respeito à população dos 16 aos 74 anos.

Quanto ao desemprego, os dados mostram que a taxa mensal, depois de se fixar nos 7% em Abril e Maio, foi baixando de mês para mês: primeiro para 6,8% Junho, depois para 6,6% em Julho e, agora, para 6,4% em Agosto.

A taxa de desemprego jovem, que se encontra nos 22,6%, diminuiu 0,8 pontos percentuais em relação a Julho (23,4%), estando 4,1 pontos abaixo do valor de Agosto do ano passado (26,7%).

Onde há uma estabilização face a Julho é na taxa de sub-utilização de trabalho, um indicador mais lato que o INE usa para contabilizar não apenas as pessoas que estão oficialmente desempregadas, mas também outras circunstâncias de fragilidade laboral, como os trabalhadores a tempo parcial, os inactivos que estão à procura de emprego mas que não estão disponíveis para começar a trabalhar nas duas semanas seguintes, e os inactivos disponíveis para trabalhar mas que não procuram emprego.

Aqui, a taxa é de 12,6%, igual à de Julho, mês em que baixara face aos valores de Maio e Junho (12,8%).

Em Agosto, refere o INE, a sub-utilização do trabalho “situou-se em 667,8 mil pessoas, o que corresponde a um decréscimo de 1,1% (7,2 mil) em relação a Julho de 2021, de 1,6% (10,8 mil) relativamente a Maio de 2021 e de 18,0% (146,2 mil) por comparação com Agosto de 2020”.

A recuperação do emprego aconteceu num mês em que se registou uma melhoria no indicador do clima económico, que reflecte a opinião dos empresários sobre a conjuntura.

As ajudas do Estado às empresas por causa da pandemia poderão estar a amortecer os impactos da crise no mercado laboral. Em Agosto, o Estado pagou às empresas 107,1 milhões de euros, dos quais 69,3 milhões dizem respeito a verbas destinadas a cobrir custos com trabalhadores, como o incentivo à normalização e o apoio extraordinário à retoma progressiva da actividade. Desde o início do ano, a despesa pública com os apoios às empresas aproxima-se dos 2440 milhões de euros (Janeiro a Agosto, de acordo com os dados mais recentes da execução orçamental).

Quanto à taxa de desemprego trimestral, divulgada anteriormente, o INE estima que a taxa de desemprego do segundo trimestre (Abril a Junho) era de 6,7%.