Com dedo de Taremi e o talismã Sérgio Oliveira

Penálti baralhou as contas do FC Porto, que só nos últimos minutos alcançou um triunfo arrancado a ferros diante do Gil Vicente.

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LUSA/ESTELA SILVA

Um passe de risco, de Pedrinho, displicente e mal calibrado, juntamente com a hesitação de Lucas Cunha, e a sagacidade e execução técnica de Taremi foram o bastante para o FC Porto, com um chapéu do meio da rua, baixar a crista do Gil Vicente e garantir importante vantagem num jogo que Sérgio Conceição descrevera como uma das deslocações mais temidas pelos “dragões” na Liga. Mas esse golo madrugador não evitou uma dose de sofrimento que durou até ao final (1-2), até ao momento em que Sérgio Oliveira manteve os “azuis e brancos” a par do Sporting na classificação.

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Um passe de risco, de Pedrinho, displicente e mal calibrado, juntamente com a hesitação de Lucas Cunha, e a sagacidade e execução técnica de Taremi foram o bastante para o FC Porto, com um chapéu do meio da rua, baixar a crista do Gil Vicente e garantir importante vantagem num jogo que Sérgio Conceição descrevera como uma das deslocações mais temidas pelos “dragões” na Liga. Mas esse golo madrugador não evitou uma dose de sofrimento que durou até ao final (1-2), até ao momento em que Sérgio Oliveira manteve os “azuis e brancos” a par do Sporting na classificação.

A formação de Barcelos começou por assustar com uma entrada-relâmpago de Murilo, que falhou por muito pouco a baliza de Diogo Costa no primeiro lance de perigo da noite, neste embate da 7.ª jornada.

Estava dado o aviso, mas o FC Porto não tardaria a puxar dos galões, falhando um par de ocasiões, por Luis Díaz, e mais duas oportunidades flagrantes para obter o segundo golo (após o tal chapéu magistral), com Taremi a não conseguir repetir a dose, agora na cara do guarda-redes, e Fábio Vieira a ver Zé Carlos salvar os locais perto da linha de golo. Essa seria, de resto, a fase mais interessante e incisiva dos “dragões”.

Ainda assim, o Gil Vicente não parecia convencido e voltava à carga com uma boa intensidade de jogo, beneficiando de um penálti para restabelecer a igualdade: Fujimoto surgiu na área a atrasar para a entrada de Vítor Carvalho, que rematou forte, apanhando Mbemba desprevenido... com a mão numa posição que levou o videoárbitro a recomendar a visualização do lance. Soares Dias assinalou, então, penálti e Samuel Lino marcou, mas só na recarga, depois de Diogo Costa ter defendido (24’).

Perante um início electrizante, o FC Porto, que abordou o encontro sem o lesionado Pepe e com Corona na lateral-direita, no lugar de João Mário, precisou de rever rapidamente as notas para tentar colocar de novo os gilistas — já sem o treinador no banco, por expulsão — em sentido. Porém, apesar do domínio estabelecido a meio-campo, com Vitinha e Fábio Vieira a distribuírem jogo e com Otávio mais inclinado para o jogo exterior, o FC Porto sentia a falta de um Luis Díaz ao nível do que tem produzido nos últimos encontros, o que também pode ser entendido como responsabilidade do lateral Zé Carlos, jovem cedido pelo Sp. Braga que esteve sempre atento às movimentações do colombiano. 

O Gil Vicente não desarmava e, sempre que podia, espreitava o ataque, normalmente por Fujimoto, a tentar explorar a falta de ritmo de Corona na dupla missão que lhe fora confiada, tentando cumprir defensivamente mas mantendo, em simultâneo, uma pressão alta no corredor.

O FC Porto precisava de resolver o jogo em tempo útil para poder começar a gerir o compromisso da segunda ronda da Liga dos Campeões, frente ao Liverpool, o que não foi possível concretizar na primeira parte, adiando, assim, a decisão para a segunda metade, que respeitou o mesmo registo dos 45 minutos iniciais, com o FC Porto em busca do golo e o Gil Vicente apostado em resistir. 

Os instantes iniciais mostraram os argumentos do guarda-redes esloveno Ziga Frelih, a negar o golo a Uribe e a Marcano, pouco depois de o FC Porto ter reclamado um penálti, não atendido, por carga sobre Taremi, mas de  intensidade insuficiente na interpretação da equipa de arbitragem. O iraniano ainda teve um golo anulado por fora-de-jogo, o que só aumentava os índices de ansiedade dos “azuis e brancos”. 

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As substituições também não se traduziam em resultados palpáveis, com o Gil Vicente a responder e a lembrar que ainda podia fazer estragos, obrigando os portistas a jogarem no fio da navalha e a arriscarem tudo na busca do golo da vitória. Pepê ainda forçou Frelih a nova defesa de recurso, mas foi mesmo Sérgio Oliveira, lançado aos 68’, de livre directo (tal como fizera na estreia em 2016, na Taça de Portugal), quem decidiu a partida com um remate indefensável a que o guarda-redes Frelih teve de render-se.