Zeiss obrigada a suspender campanha com virologista Pedro Simas devido a “publicidade enganosa”

Pedro Simas, virologista e candidato a vereador em Lisboa na Lista do PSD-CDS, é um dos participantes dessa campanha

Foto
DR

A Auto Regulação Publicitária (ARP) obrigou a empresa Carl Zeiss, fabricante de lentes oftálmicas, a cancelar em “todos os suportes publicitários” a campanha a uma lente que é apresentada como antiviral e que, segundo a marca, “elimina 99,9% dos vírus e bactérias potencialmente nocivos da superfície da lente”. Aquela entidade considera que as referências às propriedades antivirais não são verdadeiras” mas, sim, “enganosas”, noticiou o semanário Expresso que teve acesso à deliberação da ARP.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Auto Regulação Publicitária (ARP) obrigou a empresa Carl Zeiss, fabricante de lentes oftálmicas, a cancelar em “todos os suportes publicitários” a campanha a uma lente que é apresentada como antiviral e que, segundo a marca, “elimina 99,9% dos vírus e bactérias potencialmente nocivos da superfície da lente”. Aquela entidade considera que as referências às propriedades antivirais não são verdadeiras” mas, sim, “enganosas”, noticiou o semanário Expresso que teve acesso à deliberação da ARP.

Foto
Esta é uma das imagens da campanha com Pedro Simas DR

Nesta campanha publicitária participam Pedro Simas, investigador do Instituto de Medicina Molecular e número 8 da lista da coligação PSD/CDS à Câmara de Lisboa, e Catarina Furtado, apresentadora de televisão.

A decisão da ARP surge na sequência de uma queixa de uma empresa concorrente da Zeiss, a Essilor Portugal. A entidade reguladora baseou-se no artigo 46º do referido decreto-lei, que diz que a publicidade “não deverá fazer referência a uma recomendação emanada por cientistas, profissionais de saúde ou outra pessoa que, pela sua celebridade, possa incitar ao consumo de dispositivos médicos”. Sobre Pedro Simas, considera que a sua participação é “eticamente mais censurável, dado que esta personalidade tem ‘entrado na casa dos consumidores’ por via da comunicação social quase diariamente e sempre associado à situação pandémica em que vivemos” e é “particularmente grave e capaz de influenciar de forma abusiva o consumidor”.

Contactado pelo PÚBLICO este sábado, o virologista e candidato, enquanto independente a um cargo de vereação na lista do PSD-CDS a Lisboa, limitou-se a dizer: “A minha presença em diferentes webinars de várias multinacionais, bem como a participação que tive em vários programas televisivos, decorreu no sentido de informar a comunidade da situação pandémica que vivemos, nas mais diversas áreas”. Pedro Simas não quis comentar sobre se esto caso estará ligado ao facto de ter entrado numa candidatura política.