DGS diz que vacinados têm de cumprir isolamento, depois de Marcelo pedir explicação sobre caso de Costa

Marcelo Rebelo de Sousa pediu explicações “para que não haja a ideia errada de que a vacina não serve para nada”, depois de o primeiro-ministro ter ficado em isolamento profiláctico ao saber que um membro do seu gabinete teve resultado positivo em teste ao novo coronavírus.

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LUSA/JOSÉ COELHO

O Presidente da República defendeu esta quarta-feira que as autoridades sanitárias devem explicar publicamente o motivo para ser imposto isolamento ao primeiro-ministro, apesar de vacinado e com certificado digital de covid-19, por ter tido contacto com um infectado. A Direcção-Geral da Saúde (DGS) respondeu ao PÚBLICO que a norma de isolamento é igual para vacinados e não vacinados, admitindo que a questão poderá ser actualizada com base na evolução da evidência científica e se a situação da pandemia o permitir.

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O Presidente da República defendeu esta quarta-feira que as autoridades sanitárias devem explicar publicamente o motivo para ser imposto isolamento ao primeiro-ministro, apesar de vacinado e com certificado digital de covid-19, por ter tido contacto com um infectado. A Direcção-Geral da Saúde (DGS) respondeu ao PÚBLICO que a norma de isolamento é igual para vacinados e não vacinados, admitindo que a questão poderá ser actualizada com base na evolução da evidência científica e se a situação da pandemia o permitir.

“Isto tem de ser explicado, para que não haja a ideia errada de que a vacina não serve para nada. Nós temos de vacinar e vacinar mais, há uma campanha de vacinação importante em curso e por isso é bom que os portugueses não fiquem com dúvidas”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Segundo o chefe de Estado, é preciso explicar aos portugueses “porque é que uma pessoa, apesar de vacinada há mais de um mês, com um certificado que lhe permite andar pela Europa e pelo mundo, sair do território português, no entanto está sujeita à mesma obrigação de quarentena ou de isolamento profiláctico durante dez dias que uma pessoa não vacinada ou só com uma dose de vacina”. “Tem de se explicar bem, para que não apareça como uma desvalorização da vacina”, reforçou.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que essa explicação “cabe às autoridades sanitárias” e deve ser feita publicamente: “Se for um português vacinado há mais de um mês com a vacinação completa, aí tem de se explicar ao próprio e à família porquê. Aqui, como é um primeiro-ministro, penso que é importante explicar aos portugueses porquê.”

“Eu acho que esta explicação é importante, senão as pessoas ficam baralhadas, e a autoridade do Estado implica a credibilidade, credibilidade quer dizer que as pessoas acreditem em quem define regras, porque, se deixam de acreditar, entram em desconfinamento selvagem, que não tem nada a ver com desconfinamento organizado”, argumentou.

Norma de isolamento igual para vacinados e não vacinados 

No caso das pessoas vacinadas que tenham contacto com um infectado é aplicada a Norma 015/2020 da DGS (que se aplica de igual forma a vacinados e não vacinados), a qual refere que “todos os contactos de alto risco estão sujeitos a isolamento profiláctico, no domicílio ou noutro local definido a nível local, pela Autoridade de Saúde”. Além disso, o “fim do isolamento profiláctico corresponde ao 14.º dia após a data da última exposição de alto risco ao caso confirmado, conforme estabelecido na Declaração de Isolamento Profiláctico.”

Entende-se por contacto de alto risco, por exemplo, um “contacto cara-a-cara com um caso confirmado de infecção por SARS-CoV-2/ covid-19 a uma distância inferior a um metro, independentemente do tempo de exposição.”

Em resposta enviada ao PÚBLICO esta quarta-feira, fonte oficial da DGS admite que “esta matéria se encontra presentemente em discussão e poderá ser actualizada com base na evolução da evidência científica e se a situação epidemiológica assim o suportar.”