Portugal quer fugir ao hat-trick indesejado na final do Europeu

Se perder a final (20h, RTP) do Euro frente à Alemanha, em Ljubljana, Portugal fará um “hat-trick” indesejado: o de três finais perdidas neste escalão, depois de 1994 e 2015. À terceira será de vez ou, para desilusão dos portugueses, não haverá duas sem três?

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Reuters/SRDJAN ZIVULOVIC

Amanhã, por volta das 21h45 (ou um pouco mais tarde, se ninguém desempatar o jogo), a selecção portuguesa sub-21 pode ser campeã da Europa pela primeira vez e dar, finalmente, um resultado de relevo a uma geração recheada de talento. Mas, na Eslovénia, isto pode não acontecer.

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Amanhã, por volta das 21h45 (ou um pouco mais tarde, se ninguém desempatar o jogo), a selecção portuguesa sub-21 pode ser campeã da Europa pela primeira vez e dar, finalmente, um resultado de relevo a uma geração recheada de talento. Mas, na Eslovénia, isto pode não acontecer.

Se perder a final (20h, RTP) do Euro frente à Alemanha, em Ljubljana, Portugal fará um “hat-trick” indesejado: o de três finais perdidas neste escalão, depois de 1994 e 2015 – esta última já sob a batuta de Rui Jorge, que “pegou” na equipa em 2010. À terceira será de vez ou, para desilusão dos portugueses, não haverá duas sem três?

No plano mais “cruel”, que transforma o futebol em números, a Federação Portuguesa de Futebol e o treinador Rui Jorge jogam muito nesta partida, já que um novo falhanço será mais um rombo no capital de confiança no trabalho do treinador.

Desde que o técnico orienta esta equipa, Portugal falhou o Europeu sub-21 em 2011 e 2013, perdeu a final em 2015, caiu na frase de grupos em 2017 e voltou a nem estar presente em 2019.

No prisma mais “romântico”, que faz das selecções jovens plataformas para formar atletas e alimentar a equipa principal – mais do que para vencer troféus –, então este jogo será a legitimação suprema de um trabalho com alguns anos e que pode colocar vários jogadores à porta da selecção A.

Atletas como Vitinha, Diogo Dalot, Dany Mota ou Diogo Leite, pelo desempenho nos sub-21 e/ou pela concorrência insuficiente na equipa principal, poderão, em breve, ter oportunidades no grupo de Fernando Santos.

Rui Jorge, seleccionador nacional, garantiu que a pressão de vencer não tem de estar presente nos jogadores, já que considera que uma final, mesmo que perdida, trará aspectos positivos.

“O positivo é muito maior do que o negativo, independentemente de não vencermos o troféu. É preciso muito para atingir estes patamares e é isso que temos conseguido. Olho para as finais que alcançámos e nunca será nada perdido. Será mais uma final”, apontou.

Menos indiferente a um troféu mostrou-se o defesa e capitão Diogo Queirós, que está de olho na taça. “Claro que é uma motivação para nós podermos fazer história para o nosso país [primeiro título sub-21]. Sabemos das referências que passaram por essas finais perdidas e não atingiram um objectivo que queremos alcançar. Entraremos em campo para elevarmos Portugal ao topo”, assegurou, em conferência de imprensa.

Portugueses experientes

No campo meramente futebolístico esta final tem, para Portugal, um detalhe interessante: neste Europeu, foi quando mais assumiu o controlo do jogo que a equipa de Rui Jorge se destacou. Foi assim na primeira fase – de exibições muito elogiadas – e foi assim durante alguns minutos frente à Itália, nos quartos-de-final.

Quando se deixou subjugar pelos italianos, nos “quartos”, e pela Espanha, nas “meias”, Portugal nem sempre esteve defensivamente consistente e contou com alguma dose de sorte para superar os dois adversários.

Quer isto dizer que a postura mais expectante e de transições que Portugal adoptou nesta fase a eliminar coloca, em tese, a equipa numa posição mais desconfortável do que quando procura jogar em ataque posicional.

Sejam quais forem as abordagens estratégica – mais “mandão” ou mais subjugado – e táctica – 4x4x2 losango ou 4x3x3 –, uma coisa é certa: Portugal tem a seu favor a experiência em finais.

Este grupo de 23 jogadores tem uma base com passado em Europeus sub-19 e sub-17 e defronta uma Alemanha que está na terceira final consecutiva em sub-21 (venceu em 2017 e perdeu em 2019), mas cujos jogadores, salvo um trio de excepções, não têm uma experiência vasta em finais de competições internacionais.

Rui Jorge, seleccionador nacional, desvalorizou esta rodagem em jogos decisivos. “Eles já entraram no futebol profissional há algum tempo e nunca me canso de dizer que se devem sentir orgulhosos de todas as finais que alcançaram. Nos seus respectivos momentos foram importantes, mas agora nada disso interessa”, frisou.