TAP fecha primeiro trimestre com prejuízo de 365,1 milhões

A companhia aérea voltou a ser penalizada pelos efeitos das medidas tomadas para travar o impacto da pandemia de covid-19 no arranque de 2021.

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Reuters/PEDRO NUNES

Os resultados da TAP no primeiro trimestre de 2021 voltaram a ser fortemente afectados pelos efeitos da nova vaga de covid-19 no arranque do ano, traduzindo-se num prejuízo de 365,1 milhões de euros, um agravamento de 164,6 milhões face ao trimestre anterior.

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Os resultados da TAP no primeiro trimestre de 2021 voltaram a ser fortemente afectados pelos efeitos da nova vaga de covid-19 no arranque do ano, traduzindo-se num prejuízo de 365,1 milhões de euros, um agravamento de 164,6 milhões face ao trimestre anterior.

“O resultado líquido foi negativo em 365,1 milhões de euros, dos quais -109,8 milhões dizem respeito a diferenças de cambio líquidas. A maior parte deste efeito esteve relacionada com a depreciação do EUR face ao dólar (que tem um forte impacto nas rendas futuras de aeronaves, embora tenha um efeito em caixa limitado durante o período)”, explica a companhia em comunicado divulgado ao mercado, através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Este desempenho resulta também de quedas homólogas de 74% dos rendimentos operacionais e de 81% da capacidade (passageiros), que culminaram num EBITDA negativo de 104,1 milhões de euros (menos 3,2 milhões face ao último trimestre do ano passado.

Numa altura de forte pressão sobre a tesouraria da empresa – enquanto a TAP continua a aguardar pela luz verde de Bruxelas sobre o apoio global do Estado e a receber injecções periódicas -, a posição de caixa era de 237,6 milhões de euros, menos de metade dos 518,8 milhões que tinha no final do ano passado. “A implementação de medidas de protecção de caixa, em conjunto com o empréstimo do Estado Português recebido em 2020, permitiram à TAP terminar o primeiro trimestre de 2021 com uma posição de caixa de 237,6 milhões de euros”, destaca a empresa.

A TAP enquadra a sua actual situação financeira com a mais recente vaga de covid-19 e consequentes medidas que voltaram a restringir a mobilidade. “A pandemia de covid-19 continuou a atrasar a recuperação da procura, com um aumento dos casos e novas restrições nas viagens durante os primeiros três meses de 2021”, começa por explicar a companhia, para acrescentar que, “embora se tenham observado alguns sinais de recuperação da procura em Janeiro, foram impostas restrições adicionais nos voos e à mobilidade das pessoas em Fevereiro e em Março nos países onde a TAP opera, que forçaram a empresa a ajustar a sua capacidade rapidamente”. Neste contexto, “em 31 de Janeiro, a TAP anunciou a suspensão de cerca de 93% da sua operação durante o mês de Fevereiro de 2021”.

Para o resto do ano, a TAP partilha alguns sinais de optimismo. “Para os próximos meses, e de acordo com a IATA, espera-se uma recuperação parcial da procura, com a redução das restrições nas viagens, apoiada pela implementação dos planos de vacinação e por procura reprimida, esperando-se que o ano de 2021 fique em 52% dos valores globais de passageiros de 2019”, refere, assumindo que “a TAP está pronta para ajustar a sua capacidade e responder a um aumento de procura”.

Adicionalmente, “as notícias recentes sobre a eficácia e implementação dos programas de vacinação na Europa e nos EUA têm sido encorajadoras, juntamente com a potencial implementação de uma abordagem coordenada sobre a testagem pré-voo, que deverá determinar a trajectória da recuperação da procura no mercado global das viagens aéreas”, conclui.