Vacina da Janssen recomendada para pessoas a partir dos 50 anos

Direcção-Geral da Saúde recomenda que a segunda dose da AstraZeneca seja da mesma marca, mas admite hipótese de os menores de 60 anos receberem outra.

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Ricardo Lopes

A vacina da Janssen (do grupo Johnson & Jonhson) é recomendada em Portugal para pessoas a partir dos 50 anos, mas quem for mais jovem pode optar por tomar este fármaco de dose única, desde que dê o seu consentimento informado, indica a Direcção-Geral da Saúde (DGS) na norma que foi publicada esta sexta-feira. 

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A vacina da Janssen (do grupo Johnson & Jonhson) é recomendada em Portugal para pessoas a partir dos 50 anos, mas quem for mais jovem pode optar por tomar este fármaco de dose única, desde que dê o seu consentimento informado, indica a Direcção-Geral da Saúde (DGS) na norma que foi publicada esta sexta-feira. 

A DGS não explica por que razão recomenda a vacinação com a dose única da Janssen acima desta faixa etária e sublinha que “os estudos em curso e os dados que continuam a ser analisados pela Agência Europeia de Medicamentos [EMA, na sigla em inglês] podem justificar a revisão desta recomendação a qualquer momento”.

Refere ainda que “as pessoas com menos de 50 anos de idade, que assim o desejem, podem ser vacinadas” com o fármaco da Janssen, "desde que sejam devidamente informadas sobre os benefícios e os riscos, e concedam expressamente o seu consentimento informado”.

Portugal tinha, até quinta-feira, mais de 55 mil doses da vacina da Janssen armazenadas à espera da publicação desta norma para poder começar a ser utilizada. Após uma primeira remessa de 31.200 doses, chegaram esta quinta-feira mais 24 mil doses a Portugal, adiantou ao PÚBLICO a task-force (grupo de trabalho) para a vacinação contra a covid-19.

No passado dia 20, a EMA concluiu que existe uma possível relação entre a formação de coágulos sanguíneos e a redução acentuada de plaquetas e a vacina da Janssen, depois de terem sido registados oito casos em quase sete milhões de pessoas vacinadas nos EUA.

Na norma, a DGS recorda que este tipo de “eventos muito raros" foram observados com “maior frequência, nas primeiras três semanas após administração, principalmente em mulheres com menos de 60 anos de idade”. Mas enfatiza que, apesar de se considerar “que estes eventos poderão estar associados à vacina”, ainda estão “a ser realizados estudos” sobre esta matéria. 

Por isso, aconselha os profissionais de saúde a estar atentos à possibilidade da ocorrência destes eventos, especialmente nas primeiras três semanas após a vacinação, e recomenda que alertem os utentes para a procura de assistência médica, caso ocorra algum dos seguintes sintomas: falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, dor abdominal persistente, sintomas neurológicos, incluindo dores de cabeça graves e persistentes (mais de três dias) ou visão turva, e pontos vermelhos ou manchas na pele em local distinto do local da injecção.

Entretanto, o secretário de Estado adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, revelou esta sexta-feira que quem tomou a primeira dose da vacina da AstraZeneca deve receber a segunda dose desta, mas admitiu a hipótese de opção por outra marca no futuro. “A recomendação é que a segunda dose seja da AstraZeneca. Se, por qualquer motivo, não quiserem essa, terão possibilidade de optar por outra vacina, no seu devido tempo”, disse o governante, sem precisar qualquer data.

Na actualização da norma sobre a vacina da AstraZeneca publicada também esta sexta-feira, a DGS recomenda que os maiores de 60 anos tomem a segunda dose da mesma marca. Já as pessoas abaixo dos 60 anos têm duas hipóteses: ou fazem a segunda dose da vacina da AstraZeneca ou  aguardam que “sejam conhecidos novos dados relativamente à utilização de uma vacina de outra marca”. Esta decisão, frisa a DGS, “deve ser informada, livre e esclarecida, após leitura de folheto informativo que ficará oportunamente disponível”.