Google abre mais de três mil bolsas de competências digitais em Portugal

A Google Portugal vai distribuir bolsas para certificados de formação online em áreas como análise de dados, design de interfaces digitais, gestão de projectos e apoio técnico em tecnologias de informação.

Foto
As bolsas devem ser distribuídas até ao final do ano Arnd Wiegmann/Reuters

A Google Portugal anunciou esta terça-feira a distribuição de mais de três mil bolsas para certificados de formação online em parceria com a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) e o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Devem ser distribuídos até ao final do ano. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Google Portugal anunciou esta terça-feira a distribuição de mais de três mil bolsas para certificados de formação online em parceria com a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) e o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Devem ser distribuídos até ao final do ano. 

O director regional da Google Portugal, Bernardo Correia, ​justifica a iniciativa com base no compromisso da empresa “apoiar a recuperação económica e fomentar a capacitação de todas as pessoas” em Portugal.

“Estas formações fazem parte dos certificados profissionais da Google e estão disponíveis na plataforma Coursera e são quatro: apoio técnico de tecnologias de informação, gestão de projectos, análise de dados e design de experiência de utilizador”, explicou Bernardo Correia num encontro por videoconferência com jornalistas.

Bernardo Correia salientou que foram criados estes cursos nestas áreas porque são de “alto crescimento e de remuneração acima da média” que “geralmente não exigem uma licenciatura de quatro anos e não exigem nenhum requisito de formação ou experiência prévia.” A APDC e o IEFP vão seleccionar as pessoas “que estão mais necessitadas destes cursos”.

“Não queremos deixar ninguém para trás nesta transição digital”, afirmou o director regional da Google.

“A ideia destes cursos é serem à velocidade do formando, ou seja, não há aqui um tempo predefinido, o curso tem cerca de 125 horas e nós esperamos que as pessoas façam entre oito a 10 horas por semana”, explicou Bernardo Correia, adiantando esperar que cerca de oito meses “seja o prazo normal” para acabar um curso deste género.

A iniciativa conta com o apoio do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

“Temos nas nossas mãos um dos instrumentos mais poderoso no combate às desigualdades, o digital é dos instrumentos mais determinantes neste momento para garantir que as pessoas não ficam de fora”, afirmou a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho. “E o grande desafio é como o aproveitamos da melhor forma e acho que este é um exemplo de como estamos a aproveitar da melhor forma”, disse.

“As competências digitais são absolutamente fundamentais”, salientou, por sua vez, o presidente da APDC, Rogério Carapuça, “não só para terem empregos mais qualificados, mas sobretudo para ter um emprego”. Actualmente, “iniciativas como esta são fundamentais para a vida das pessoas, o nosso papel aqui é procurar as pessoas e montar a máquina que é necessária juntamente com o IEFP e a Google”, explicou Carapuça. 

Por sua vez, o presidente do IEFP, António Valadas da Silva, manifestou a sua “satisfação em poder participar” nesta iniciativa, em parceria com a Google e com a APDC, salientando que permitirá “reforçar a qualificação” dos activos, nomeadamente dos desempregados, de competências digitais. “É decisivo e crítico para fazer face aos múltiplos desafios com que a sociedade do conhecimento nos coloca e com a transformação digital da economia”, ou seja, “a modificação das relações que isto envolve”, salientou.

A selecção dos candidatos incluirá igualdade de género, ou seja, 50% homens e a outra metade mulheres, com “foco nos desempregados”, disse Sandra Almeida, directora executiva da APDC. Além disso, 50% dos candidatos seleccionados serão de Lisboa e Porto e os restantes 50% do resto do país.

“Vamos fazer uma monitorização do progresso dos candidatos na plataforma”, acrescentou a responsável, adiantando que a expectativa é atribuir os três mil certificados até final do ano.

Os candidatos não podem manter-se inactivos na plataforma por mais de 15 dias sob pena de perderem o certificado. Adicionalmente, o Google.org, braço filantrópico da Google, alocará mais de 200 certificados que serão distribuídos pela Fundação da Juventude, com o apoio da INCO, a pessoas em situação de exclusão e vulnerabilidade.

Esta iniciativa “faz parte do esforço para promover a inclusão social e literacia digital em Portugal, projecto em que oferecemos estas bolsas, e faz parte dos compromissos do memorando de entendimento” assinado entre a Google e o Estado português em Outubro, salientou o director regional.