CTT esperam crescer com comércio electrónico e actividade bancária

Correios vão distribuir dividendos aos accionistas apesar da queda dos lucros em 43%.

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Adriano Miranda

O Conselho de Administração dos CTT vai propor à assembleia-geral de accionistas o pagamento de um dividendo de 0,085 euros por acção, pagável em Maio de 2021, anunciaram esta terça-feira os Correios de Portugal.

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O Conselho de Administração dos CTT vai propor à assembleia-geral de accionistas o pagamento de um dividendo de 0,085 euros por acção, pagável em Maio de 2021, anunciaram esta terça-feira os Correios de Portugal.

O lucro dos CTT recuou 42,9% no ano passado, face a 2019, para 16,7 milhões de euros, num ano marcado pela pandemia de covid-19.

“A empresa pretende retomar o pagamento de dividendos em 2021, pelo que o Conselho de Administração irá propor à assembleia-geral de accionistas do corrente ano uma remuneração accionista referente ao exercício financeiro de 2020 de 0,085 por acção, pagável em Maio de 2021”, referem os CTT, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No ano passado, a administração dos CTT tinha começado por propor um dividendo de 0,11 euros por acção, mas dada a incerteza provocada pela pandemia de covid-19, o Conselho de Administração reverteu a decisão.

No que respeita a perspectivas futuras, os CTT adiantam que vão continuar a “investir com vista ao desenvolvimento do ‘e-commerce’ [comércio electrónico] em Portugal”.

Face ao confinamento geral, que decorreu a partir da segunda quinzena de Janeiro deste ano, “antecipa-se um impacto negativo a nível económico e social, que irá afectar a sociedade em geral e os negócios do grupo, o que poderá impactar as actuais estimativas elaboradas”, referem os CTT, no comunicado.

“A gestão irá continuar a monitorizar as suas implicações no negócio e facultar toda a informação necessária aos stakeholders”, acrescentam, nas perspectivas para este ano.

Este ano, “os CTT, apoiados no dinamismo do Expresso e Encomendas decorrente do crescimento constante do comércio electrónico, bem como no continuado bom desempenho do Banco CTT, esperam apresentar um crescimento de um dígito elevado no que se refere aos rendimentos operacionais, EBITDA [resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações] a crescer dois dígitos, EBIT [resultado antes de juros e impostos] superior a 50 milhões de euros”.

Estimam também “investimento de cerca de 35 milhões de euros, dos quais 15 milhões de euros referentes a investimento em crescimento”.

No ano passado, o investimento situou-se em 33,4 milhões de euros, menos 26,4% (menos 12 milhões de euros) do que o realizado em 2019.

“O esforço financeiro realizado, num enquadramento fortemente impactado pela pandemia, manteve o foco nas áreas de negócio em expansão, ou seja, expresso e encomendas (+10,7 milhões de euros) e Banco CTT (+6,3 milhões de euros) no sentido de melhorar e optimizar os sistemas que suportam as suas actividades”, adiantam.

Em contrapartida, acrescenta a empresa liderada por João Bento, “verificou-se uma diminuição do investimento em sistemas de informação (-7,4 milhões de euros) nas restantes áreas de negócio e em equipamento postal na área do correio (-8,4 milhões de euros), em resultado do elevado investimento realizado em 2019”.

Relativamente ao contrato de concessão do serviço postal universal (SPU), que terminava no final de 2020 e foi prolongado até Dezembro deste ano, os CTT referem que “os mecanismos de compensação pela decisão unilateral de extensão do contrato foram activados pela empresa já no início de 2021”.

No final do ano passado, o número de trabalhadores dos CTT (efectivos do quadro e contratados a termo) era de 12.234, menos 121 (1%) do que em 31 de Dezembro de 2019.

“Importa referir que a partir de 2020 foi alterada a metodologia de contagem dos efectivos deixando de ser considerados os efectivos com acordos de suspensão, cujo impacto no período em análise é de menos 136 trabalhadores. Expurgando este efeito, a redução dos efectivos teria sido de 76”, explicam os CTT.

No ano passado, “verificou-se uma diminuição do número de trabalhadores (efectivos do quadro e contratados a termo) nas áreas de negócio Correio e Outros (menos 264) e Serviços Financeiros e Retalho (menos quatro), que mais que compensou o acréscimo do número de trabalhadores observado nas áreas de negócio Expresso e Encomendas (118) e Banco CTT (29)”.

No conjunto, as áreas de operações e distribuição da rede base (5904 trabalhadores, dos quais 4312 carteiros distribuidores) e a rede de retalho (2436 trabalhadores) “representaram cerca de 77% do número de trabalhadores efectivos dos CTT”.