Mediadoras imobiliárias pedem ao Governo que as deixe reabrir

Numa carta aberta endereçada também ao Presidente da República, os responsáveis das principais redes de mediadores imobiliários dizem-se surpreendidas com o impedimento da manutenção da actividade, quando toda a restante fileira continua a laborar e chamam a atenção para os perigos da mediação ilegal

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Nelson Garrido

Os presidentes e responsáveis das principais agências de mediação imobiliária endereçaram esta terça-feira uma carta aberta ao Governo e ao Presidente da República a pedir que reconsiderem o impedimento à manutenção da actividade, que está em vigor com o novo confinamento. Sob as novas regras, não é possível fazer visitas para mostrar imóveis à venda.

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Os presidentes e responsáveis das principais agências de mediação imobiliária endereçaram esta terça-feira uma carta aberta ao Governo e ao Presidente da República a pedir que reconsiderem o impedimento à manutenção da actividade, que está em vigor com o novo confinamento. Sob as novas regras, não é possível fazer visitas para mostrar imóveis à venda.

“Nós, agentes do sector, estamos verdadeiramente preocupados com as nossas agências e com os seus funcionários, mas também com os cidadãos que procuram e precisam de soluções habitacionais e assessoria especializada dos consultores imobiliários” argumentam Luís Lima, presidente da Apemip, Joaquim Rocha de Sousa e Ricardo Sousa da Century 21, Paulo Morgado da Era, Manuel Alvarez da Re/Max Portugal e ainda Fernando Sapinho da Sotheby’s International Realty.

Invocando as medidas que o sector tomou, desde a eclosão da pandemia, para dar garantia do cumprimento de todos os protocolos sanitários, garantindo “a segurança e protecção de todos” os funcionários e clientes, os mediadores imobiliários dizem que proibir a visita a imóveis é “um verdadeiro convite à celebração de negócios em paralelo e à mediação ilegal”. 

Os mediadores dizem que para muitos portugueses a compra ou a venda da casa é um dos negócios mais importantes das suas vidas, que implica várias áreas (jurídica, processual, financeira, hipotecária, comercial, entre outras) e que obriga a um acompanhamento e aconselhamento especializado aos consumidores.

“No imobiliário, os negócios são realizados com pessoas e implicam visitas a imóveis. Os meios digitais ajudam bastante, mas não são suficientes para ultrapassar este obstáculo, pois ninguém compra uma casa sem a visitar presencialmente”, argumentam.

Com o novo confinamento, que se iniciou no dia 15 de Janeiro, apenas a actividade de mediação imobiliária foi suspensa, mas os restantes passos da cadeia são permitidos: “os peritos avaliados continuam a fazer avaliações, o sector financeiro continua a fazer crédito à habitação, os notários continuam a fazer escrituras, os proprietários podem a título particular vender casas, os construtores podem continuar a laborar e até a vender”.

As empresas de mediação dizem que quebrar este elo com os clientes vai bloquear vendas e arrendamentos e “poderá mergulhar alguns dos nossos cidadãos em situações de angústia e fragilidade, pois não podemos esquecer que a casa está intimamente ligada ao curso da vida das pessoas”.