Estudantes da Universidade de Coimbra vão ser automaticamente sócios da Académica

Estes associados terão alguns direitos limitados numa fase inicial e não pagarão quotas nos primeiros dois anos.

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A Académica quer ter mais associados nos seus jogos Reuters/RAFAEL MARCHANTE

Os estudantes da Universidade de Coimbra vão ser automaticamente sócios da Académica, na sequência de um protocolo assinado nesta sexta-feira entre as partes.

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Os estudantes da Universidade de Coimbra vão ser automaticamente sócios da Académica, na sequência de um protocolo assinado nesta sexta-feira entre as partes.

O protocolo, assinado entre a direcção-geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), que representa os estudantes, e a AAC/Organismo Autónomo de Futebol (OAF), clube de futebol que joga na II Liga, prevê a criação de um estatuto específico de sócio para os alunos da Universidade de Coimbra (UC).

A renovação do Protocolo de Integração entre as duas entidades, criado há mais de 35 anos, prevê agora que todos os associados da Associação Académica de Coimbra possam ser automaticamente sócios da AAC/OAF.

O estatuto será diferente dos restantes sócios do clube de futebol e terá que ser aprovado em Assembleia Geral da AAC/OAF.

Estes novos associados terão direitos limitados, estando impedidos de votar e de participar nas assembleias gerais da “Briosa”, afirmou o presidente da associação de estudantes, João Assunção.

No primeiro ano de associado, os estudantes não terão que pagar quotas e, num segundo ano, o estudante poderá escolher manter a ligação, mediante o pagamento de quotas também elas diferentes em relação aos restantes sócios do clube.

Nesse segundo ano, os estudantes continuarão a estar impedidos de votar, já que “o principal direito é a condição de equidade” no acesso aos jogos de futebol em relação aos sócios de pleno direito do clube, aclarou o dirigente estudantil.

Para João Assunção, bem como para o presidente da AAC/OAF, Pedro Roxo, este protocolo representa uma aproximação entre estudantes e clube.

Relativamente à possibilidade da criação de uma sociedade anónima desportiva (SAD), João Assunção salientou que o protocolo continua a definir que o símbolo e o nome da Académica continuam a ser pertença exclusiva da DG/AAC, mas que poderá haver uma SAD, desde que a maioria do capital seja do organismo autónomo de futebol.

“O estatuto que terá que ser aprovado em assembleia geral será um regressar às origens e permite que todos os estudantes sejam, em condições especiais, sócios da Académica”, realçou Pedro Roxo.

O protocolo prevê também a criação de um museu conjunto entre DG/AAC e AAC/OAF, para explorar a vertente desportiva, mas também cultural da Académica.

O reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, afirmou que o Museu Académico, já existente e que deverá ser deslocalizado para o Colégio de Jesus, está mais focado nas “tradições e história da academia e dos estudantes”, salientando que há espaço para os dois museus.

“Felizmente, o espólio é muito rico, o que permite instalar noutro local um museu focado no desporto”, realçou o reitor, que se congratulou com “o passo em frente na aproximação” entre a associação de estudantes e o clube de futebol.