Comunidade cigana de Serpa contra André Ventura. Líder do Chega manda manifestantes “trabalhar”

Os manifestantes erguiam cartazes e faixas contra o líder do Chega — onde se liam frases como “Serpa sem racismo” e “Fascismo nunca mais”, entre os vários exemplos. Ventura mandou quem o criticava “trabalhar”.

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Entre o Largo Catarina Eufémia e a Rua Dr. Álvaro Cunhal, cerca de quatro dezenas de elementos da comunidade cigana de Serpa concentraram-se na tarde deste domingo para protestar contra a presença de André Ventura, que ia realizar um comício na cidade alentejana.

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Entre o Largo Catarina Eufémia e a Rua Dr. Álvaro Cunhal, cerca de quatro dezenas de elementos da comunidade cigana de Serpa concentraram-se na tarde deste domingo para protestar contra a presença de André Ventura, que ia realizar um comício na cidade alentejana.

Reagindo ao tom discursivo do líder do Chega, os manifestantes erguiam cartazes e faixas com palavras de ordem que revelavam o estado de alma da comunidade cigana: “Serpa sem racismo”, “Não queremos RSI. Queremos trabalho” e “Fascismo nunca mais”. 

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"Fascismo nunca mais", lia-se num dos cartazes Nuno Veiga/Lusa

Uma das mulheres presentes descreveu ao PÚBLICO as dificuldades que encontram na procura de trabalho: “Nem na apanha da azeitona nos querem”.

O staff da campanha de André Ventura anunciou que o candidato chegaria a Serpa às 16h30 para iniciar o comício às 17h. Mas a esta hora o líder do Chega não tinha apareceu no local onde está reunida a comunidade cigana. Entretanto a concentração dos manifestantes era acompanhada pela Grândola vila morena.

“Vão trabalhar, trabalhar!”

Em resposta, o candidato presidencial do Chega mandou “trabalhar” as dezenas de pessoas que se manifestavam contra a sua presença. “Vão trabalhar, trabalhar!”, limitou-se a gritar André Ventura, em direcção aos manifestantes, a maioria de etnia cigana e com cartazes antifascistas, ladeado por seguranças e com meia hora de atraso face ao previsto.

Na rua, continuaram mais de 50 pessoas em protesto contra Ventura, com cartazes e palavras de ordem como “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais” e buzinadelas.