Desejo para 2021? “Poder respirar mais livremente”

Testemunho de Patrícia Cardoso, enfermeira-chefe da Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de São João. Tem 38 anos.

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Tenho dois filhos, a Inês e o Diogo, com três anos de idade. A primeira vez que tive de dizer à minha filha que não podia vir para o colo da mãe, ela achou que tinha feito alguma coisa de mal e começou a chorar, coitadinha. Quando, ao fim de alguns dias de insistência, acabei por lhe pegar ao colo, ela meteu-me o dedo por dentro da máscara e pediu “Mamã, beijinho”. E eu tive de me afastar. Mas foi aí que decidi que não podia ser. A situação já era tão injusta e tão violenta que estar a impor a duas crianças tão pequeninas que já quase não viam a mãe a proibição de lhe tocar e de a beijar, era acrescentar violência à violência.

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Tenho dois filhos, a Inês e o Diogo, com três anos de idade. A primeira vez que tive de dizer à minha filha que não podia vir para o colo da mãe, ela achou que tinha feito alguma coisa de mal e começou a chorar, coitadinha. Quando, ao fim de alguns dias de insistência, acabei por lhe pegar ao colo, ela meteu-me o dedo por dentro da máscara e pediu “Mamã, beijinho”. E eu tive de me afastar. Mas foi aí que decidi que não podia ser. A situação já era tão injusta e tão violenta que estar a impor a duas crianças tão pequeninas que já quase não viam a mãe a proibição de lhe tocar e de a beijar, era acrescentar violência à violência.