A França, outra vez

A selecção nacional ficou sem hipóteses de revalidar o título ganho o ano passado

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A vitória no Euro 2016 e o empate conquistado com uma exibição autoritária, há um mês, no Stade de France pareciam ter exorcizado um fantasma de muitas décadas, mas, mais uma vez, a França foi a “besta negra” de Portugal: tal como tinha acontecido nas meias-finais do Europeu de 1984 e de 2000, e do Mundial 2006, uma vitória francesa, desta vez por 1-0, afastou a selecção nacional de uma grande competição.

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A vitória no Euro 2016 e o empate conquistado com uma exibição autoritária, há um mês, no Stade de France pareciam ter exorcizado um fantasma de muitas décadas, mas, mais uma vez, a França foi a “besta negra” de Portugal: tal como tinha acontecido nas meias-finais do Europeu de 1984 e de 2000, e do Mundial 2006, uma vitória francesa, desta vez por 1-0, afastou a selecção nacional de uma grande competição.

Num jogo em que a França foi claramente superior até chegar à vantagem, Portugal nunca encontrou soluções para travar a estratégia montada por Didier Deschamps.

O golo, no Estádio da Luz, de N´Golo Kanté, aos 53’, ditou a primeira derrota de Portugal na Liga das Nações e impede a selecção de Fernando Santos de defender o título conquistado no ano passado — qualquer que sejam os resultados na última jornada do Grupo 3, o lugar nas meias-finais será da França.

Na equação que os seleccionadores teriam que resolver antes da “final” da Luz para formarem os seus “onzes”, havia poucas dúvidas que para Fernando Santos a fórmula a utilizar tinha poucos segredos.

Sem Pepe, a única baixa entre os habituais titulares, avançou um “francês”: José Fonte reeditou com Rúben Dias a dupla de centrais que fez um jogo sem mácula na final de Liga das Nações contra a Holanda, em Junho do ano passado. Na direita da defesa, a titularidade de Nélson Semedo contra Andorra foi um prenúncio que Cancelo seria o escolhido para defrontar os franceses.

Essas foram as novidades no “onze” de Santos em relação ao jogo entre as duas selecções no mês passado, em Saint-Denis. Com a boa resposta de Portugal no regresso ao palco da final do Euro 2016, o técnico procurou não inventar.

Com o “músculo” a meio-campo entregue a Danilo e William Carvalho, o ataque à baliza de Lloris ficava entregue a um quarteto repleto de talento: Bruno Fernandes, Bernardo Silva, João Félix e Cristiano Ronaldo. No entanto, desta vez, não houve uma França subserviente como no mês passado.

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Golo raro

Prever as escolhas de Deschamps era complicado. Com três dos “pilares” dos “bleus” (Varane, Pogba e Griezmann) a atravessarem nas últimas semanas momentos conturbados nos seus clubes e sem o seu principal trunfo ofensivo (Mbappé), o técnico reformulou o ataque.

Sem a estrela do PSG e com Giroud pouco utilizado no Chelsea, Deschamps optou por alterar a estratégia, dando mais largura à equipa no ataque com Rabiot na esquerda, Coman na direita e Martial no centro. No entanto, a peça que deu a volta à estratégia de Santos foi Antoine Griezmann.

Com liberdade total de movimentos, o jogador do Barcelona conseguiu a proeza de desequilibrar por completo a habitual solidez táctica portuguesa e, ao contrário do que tinha acontecido no Stade de France, desta vez, a França encostou de imediato Portugal às cordas.

Sem o excessivo respeito mostrado por Ronaldo e companhia em Saint-Denis, a França assumiu o controlo desde o princípio, deixando claro que não queria esperar muito para marcar o golo que precisava para ganhar vantagem na luta pelo lugar na meias-finais.   

Apesar de a primeira oportunidade ter saído dos pés de Ronaldo (defesa difícil de Lloris aos 6’), os primeiros 45 minutos foram um suplício para Fernando Santos. Incapaz de colocar um travão a Griezmann e sem bola para atacar (Bernardo Silva e Bruno Fernandes estiveram sempre fora de jogo), Portugal ficou nas mãos de Rui Patrício.

Bolas nos ferros

Com uma exibição sublime, o guarda-redes impediu que Coman (10’) e Martial (12’ e 41’) colocassem justiça no marcador. Quando não conseguia defender com as mãos, Patrício parecia desviar a bola com os olhos: aos 30’, num livre de laboratório francês marcado por Griezmann, a bola passou por Varane, Rabiot e Martial até embater com estrondo na barra.

Com Santos claramente inconformado no banco, o intervalo parecia ser o balão de oxigénio que Portugal precisava. Porém, qualquer que tenha sido a estratégia montada pelo técnico no balneário, ela ruiu na primeira investida francesa na segunda parte.

Depois de travar o possível e o impossível, Patrício defendeu para a frente um remate, possibilitando que Kanté  festejasse um golo raro na sua carreira.

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Portugal ficava a precisar de marcar duas vezes para garantir o apuramento — um empate com golos deixava a França em vantagem para a última jornada —, e Fernando Santos arriscou: Jota por William.

Quase de seguida, na melhor oportunidade portuguesa em todo o jogo, Fonte acertou no poste da baliza de Lloris, mas o jogo já estava amarrado pelos franceses.

Com mais coração do que cabeça, Portugal resolvia as situações de ataque mal e apenas com um remate de longe de Moutinho (grande defesa de Lloris) ameaçou a (merecida) vitória da França.