Presidente da Federação inglesa pede desculpa por referência a “jogadores de cor”

O termo considerado inadequado, que levou a FA a emitir um pedido de desculpas adicional numa declaração posterior, foi utilizado por Greg Clarke durante uma audiência com o comité da Câmara dos Comuns que supervisiona o desporto.

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Greg Clarke é vice-presidente da FIFA Carl Recine

O presidente da Federação inglesa de futebol (FA) e vice-líder da FIFA, Greg Clarke, pediu desculpa por fazer referência inadequada ao termo “jogadores de cor”, durante uma discussão sobre abusos racistas enfrentados pelos jogadores.

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O presidente da Federação inglesa de futebol (FA) e vice-líder da FIFA, Greg Clarke, pediu desculpa por fazer referência inadequada ao termo “jogadores de cor”, durante uma discussão sobre abusos racistas enfrentados pelos jogadores.

“Se eu disse isso, peço desculpa. Sou um produto de ter trabalhado no exterior. Trabalhei nos Estados Unidos por muitos anos, onde fui obrigado a usar o termo “pessoas de cor” e, às vezes, tropeço nas minhas palavras”, argumentou Greg Clarke, de 63 anos, nesta terça-feira.

O termo considerado inadequado, que levou a FA a emitir um pedido de desculpas adicional numa declaração posterior, foi utilizado por Greg Clarke durante uma audiência com o comité da Câmara dos Comuns que supervisiona o desporto.

“Ele [Greg Clarke] reconheceu que usar o termo “de cor” não é apropriado e desculpou-se do fundo do coração durante a audiência”, refere na declaração o organismo que tutela o futebol inglês.

O ex-internacional inglês Darren Bent, que é negro, considerou na rede social Twitter que, a referência do vice-presidente da FIFA e presidente da FA, “foi um lapso de língua, horrível, horrível”.

Clarke teve ainda dois outros comentários polémicos, ao abordar os “diferentes interesses” das comunidades afro-caribenha e do sul da Ásia e a sexualidade, que considerou ser “uma escolha de vida”, enquanto falava sobre a falta de jogadores de futebol assumidamente homossexuais em Inglaterra.

O dirigente referiu que “nunca pressionaria ninguém a revelar a sua sexualidade” e questionou se, “caso um jogador se assumisse orgulhosamente gay e feliz com a escolha, teria o apoio dos seus companheiros no balneário”.