Portugal vai seguir regras de Bruxelas para voos: máscaras sim, lugares vazios não

Bruxelas recomenda que, quando os voos forem retomados, os passageiros utilizem máscaras, mas abdica da regra de colocar assentos vazios para garantir distanciamento.

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Margarida Basto/arquivo

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, afirmou este domingo que Portugal vai adaptar-se às regras europeias para o restabelecimento das ligações aéreas entre os países.

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O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, afirmou este domingo que Portugal vai adaptar-se às regras europeias para o restabelecimento das ligações aéreas entre os países.

“Os voos partem de um país e chegam a outro país. Têm todos de funcionar com a mesma regra”, afirmou Siza Vieira, em Lisboa.

“Eu julgo que, neste momento, temos regras muito estritas ainda para esta primeira fase, mas rapidamente iremos também adaptarmo-nos, obviamente, àquilo que forem as regras europeias, porque precisamos de assegurar o restabelecimento das ligações aéreas entre todos os países europeus e, obviamente, a regra tem de ser uniforme”, acrescentou.

O ministro português comentava uma entrevista da comissária europeia dos Transportes, Adina Valean, à agência Lusa, na qual a responsável afirmou que Bruxelas recomenda que, quando os voos forem retomados, os passageiros utilizem equipamentos de protecção como máscaras, mas abdica da regra de colocar assentos vazios para garantir distanciamento, por considerar que isso afecta a viabilidade económica das operações.

Numa altura em que o executivo comunitário se prepara para divulgar recomendações sobre a retoma dos serviços de transporte, dado o levantamento das medidas restritivas adoptadas para conter a covid-19, a responsável europeia precisou que outro dos conselhos de Bruxelas é que “seja garantida alguma distância [entre passageiros], o que é mais fácil de assegurar em aeroportos, em estações e mesmo em autocarros e comboios”.

No entanto, no caso dos aviões, há que “garantir equilíbrio entre a viabilidade económica de um voo e o número de passageiros”, sendo “mais difícil manter grandes distâncias, pelo que é um risco que a pessoa assume, apesar de tudo”.

Questionada pela Lusa sobre a eventual colocação de assentos vazios entre passageiros para garantir o distanciamento social, Adina Valean afastou esta medida como regra. “Não recomendo, como norma, manter espaços livres [entre passageiros]”, disse.

Adina Valean notou que tudo isto será considerado nas recomendações que a Comissão Europeia divulgará em meados de Maio sobre o funcionamento dos transportes em altura de pandemia.