Sete equipas de Fórmula 1 ponderam levar a FIA a tribunal

Desagrado está a ser causado pelo secretismo que envolve a investigação aos motores utilizados pela Ferrari no ano passado.

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Reuters/ALBERT GEA

Sete das dez equipas do pelotão de Fórmula 1 ameaçaram avançar com uma acção em tribunal contra a Federação Internacional do Automóvel (FIA), anunciaram nesta quarta-feira em comunicado, numa posição conjunta. Em causa está um acordo confidencial que pôs fim a uma investigação aos motores utilizados pela Ferrari em 2019, que tinham sido alvo de dúvidas, levantadas pela Red Bull.

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Sete das dez equipas do pelotão de Fórmula 1 ameaçaram avançar com uma acção em tribunal contra a Federação Internacional do Automóvel (FIA), anunciaram nesta quarta-feira em comunicado, numa posição conjunta. Em causa está um acordo confidencial que pôs fim a uma investigação aos motores utilizados pela Ferrari em 2019, que tinham sido alvo de dúvidas, levantadas pela Red Bull.

No passado dia 28 à noite, a FIA anunciou ter encerrado a investigação com um acordo com a equipa italiana, que permanece “confidencial”. O secretismo causou revolta na Red Bull, Mercedes, McLaren, Racing Point, Renault, AlphaTauri e Williams - todas as que não são equipadas com motores da escuderia italiana -, que querem saber os termos do acordo. De fora ficaram apenas a Haas e Alpha Romeo, além da própria Ferrari.

“Ficámos surpreendidos e chocados com a declaração da FIA sobre a conclusão da investigação à Unidade de Potência da Ferrari”, lê-se no comunicado, em que as sete equipas entendem que “um órgão desportivo tem a responsabilidade de agir segundo os mais altos padrões de governação, integridade e transparência”.

Na origem desta questão estiveram dúvidas levantadas por algumas equipas na segunda metade da época de 2019 relativamente ao desempenho dos Ferrari em recta, muito superior ao dos adversários. A Red Bull questionou, inclusive, a legalidade do sistema de leitura de pressão de combustível.

No mesmo documento lembra-se que “as investigações só foram levadas a cabo pela FIA após algumas equipas terem manifestado dúvidas”, razão pela qual contestam que “a FIA tenha chegado a um acordo confidencial para encerrar o assunto”.

Dizendo agir em defesa “da igualdade entre todos os competidores” e em “nome dos fãs, participantes e demais agentes da Fórmula 1”, este conjunto de equipas reserva-se “o direito de recorrer aos tribunais competentes”.