Portugal “é o país que melhor se posiciona na Europa” para o hidrogénio verde

Sines pode ser “um grande centro de energia verde”, garante o ministro do Ambiente.

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O ministro do Ambiente está hoje a ser ouvido na Assembleia da República LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

“Portugal está em condições de ser o maior produtor de hidrogénio verde” da Europa, do ponto de vista da “vantagem de preço”, garantiu esta terça-feira na Assembleia da República o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, notando que Sines é peça central na estratégia.

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“Portugal está em condições de ser o maior produtor de hidrogénio verde” da Europa, do ponto de vista da “vantagem de preço”, garantiu esta terça-feira na Assembleia da República o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, notando que Sines é peça central na estratégia.

Na sua audição parlamentar no âmbito da aprovação do Orçamento do Estado para 2020 (OE 2020), Matos Fernandes destacou que o Governo quer manter Sines, onde hoje existem uma central eléctrica a carvão (EDP) e uma refinaria de petróleo (Galp), como “um grande centro associado à energia, mas neste caso, de energia verde”.

Aquilo a que vamos assistir em Sines é ao “crescimento do emprego qualificado”, disse.

O Governo quer instalar em Sines um grande pólo de produção de gases renováveis, como o hidrogénio, com recurso à energia solar fotovoltaica (através da instalação de uma central com 1 gigawatt de capacidade).

“O que é crucial” na produção do hidrogénio verde, e que “marca o seu preço”, é o custo da energia para fazer a electrólise da água, adiantou o ministro.

Lembrando que a tarifa mais baixa atribuída no leilão de potência solar realizado no ano passado foi de 14,76 euros por megawatt hora (a tarifa média ponderada foi de 20,33 euros), Matos Fernandes sublinhou que “Portugal é o país que melhor se posiciona na Europa” para produzir hidrogénio verde.

Além disso, Sines tem um porto com vocação para o transporte de energia, que deve ser aproveitado para a exportação deste gás, notou o ministro.

O projecto está a ser discutido com a Holanda, mas poderá abrir-se a outros parceiros, adiantou.

Sobre os processos de encerramento das centrais a carvão no Pego (Abrantes) e Sines, e o seu impacto para os trabalhadores (cerca de 500, no total), Matos Fernandes recordou que o problema de integração dessas pessoas vai começar a colocar-se dentro de dois anos.

A licença da central do Pego, onde trabalham 126 pessoas, termina em Novembro de 2021. Em Sines, que emprega cerca de 400 pessoas, o encerramento deverá ocorrer em 2023.

O ministro recordou que está prevista uma transferência do Fundo Ambiental para financiar o processo de avaliação das qualificações destes trabalhadores e da sua requalificação.

Questionado pela deputada do Bloco Maria Manuel Rola sobre o plano de conversão da central do Pego para central a biomassa, Matos Fernandes disse que esse é um plano dos accionistas da central (Trustenergy e Endesa) e não do Governo.

Referindo que o Governo vai lançar, em Março, um novo leilão de solar, com a componente de armazenamento, Matos Fernandes disse esperar que a central do Pego concorra a este leilão.

E até confessou “a preferência”, tendo em conta “que ali estão um conjunto de trabalhadores e de infra-estruturas”, de que a central do Pego ganhe. “Mas para ganhar tem de ter uma tarifa melhor que os outros”, disse.

A Comissária para a Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, apresentou esta terça-feira o Mecanismo para a Transição Justa para apoiar regiões mais afectadas pela transição para a neutralidade carbónica. Em causa estão 100 mil milhões de euros.

Portugal poderá concorrer a verbas para completar o encerramento das centrais do Pego e de Sines, ou candidatar projectos para a promoção da economia circular.