Países observadores da CPLP podem vir a financiar cooperação nos Estados-membros

Assunto deverá ser decidido na cimeira de 2020 em Luanda.

Foto
Francisco Ribeiro Telles é o secreário-executivo da organização

O secretário-executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) disse nesta quarta-feira, em Lisboa, que os países observadores associados da organização podem vir a financiar projectos de cooperação, assunto a decidir na cimeira de 2020 em Luanda.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O secretário-executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) disse nesta quarta-feira, em Lisboa, que os países observadores associados da organização podem vir a financiar projectos de cooperação, assunto a decidir na cimeira de 2020 em Luanda.

“Tendo em conta o número crescente de países observadores associados da CPLP, nós estamos num processo de reflexão sobre a melhor forma de aproveitar todas as potencialidades e de criar sinergias entre os países observadores e a CPLP”, afirmou o embaixador Francisco Ribeiro Telles, em declarações à imprensa, à margem de um debate a decorrer nesta quarta-feira, na Sociedade de Geografia, sobre o futuro da organização.

Segundo o diplomata, neste contexto, “uma das ideias que está em cima da mesa é que projectos de cooperação que envolvam os Estados-membros da CPLP possam vir a ter o financiamento de países observadores”. “Portanto, agora há que partir pedra e ver quais são os projectos que interessam à CPLP e quais os que interessam aos países observadores”, comentou.

Francisco Ribeiro Telles recordou que já houve uma reunião com os países observadores, este ano, na qual foi debatido o assunto, e adiantou que haverá uma outra, ainda antes do final de 2019, provavelmente em Novembro, para continuar aquilo a que chamou “processo de reflexão”. Nesta próxima reunião, o diplomata admitiu que “podem ser dados passos importantes para que na cimeira de Luanda possa haver uma decisão naquele sentido”.

Durante o debate que hoje decorreu em Lisboa sobre “CPLP - Que presente e que futuro”, na sua intervenção, o secretário-executivo referiu que já foram aprovadas também as candidaturas do Peru, Roménia, Grécia, Qatar e Costa do Marfim que, desta forma em breve poderão fazer parte daquele grupo, logo que sejam “sancionadas na cimeira de chefes de Estado e de Governo”, a decorrer em Luanda, capital de Angola, em 2020.

Também os Estados Unidos da América apresentaram recentemente o pedido para serem observadores associados da organização lusófona.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa contava em 2014 com três observadores associados, lembrou Ribeiro Telles, na sua intervenção, em que adiantou que havia “várias ideias a germinarem ao nível dos Estados-membros da CPLP” sobre como se encaixar os países observadores na organização.

Na mesma, considerou ainda que a tendência “era cada vez mais para que países observadores possam vir a financiar ou a colaborar em projectos de cooperação nos Estados-membros da CPLP”.

A CPLP é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Actualmente, são observadores associados 18 países e uma organização internacional (Organização dos Estados Ibero-Americanos).