Padre do Hospital de Gaia pede a fumadores que levem as “beatas” porque já tem muitas

“Já tenho problemas que cheguem com BEATAS. Por favor, leve as suas”, lê-se nos cartazes que o capelão Albino Reis espalhou pelo hospital

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Imagem do cartaz do capelão Albino Reis, partilhada por outro padre na rede social Facebook D.R.

Confessando já ter problemas que cheguem com “beatas”, o capelão do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho pede, numa mensagem pedagógica e divertida espalhada pelo hospital, que os fumadores “levem as suas” para fora deste.

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Confessando já ter problemas que cheguem com “beatas”, o capelão do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho pede, numa mensagem pedagógica e divertida espalhada pelo hospital, que os fumadores “levem as suas” para fora deste.

“Já tenho problemas que cheguem com BEATAS. Por favor, leve as suas daqui para fora (e leve também os maços de tabaco vazios). OBRIGADO”. É esta a mensagem assinada pelo capelão, também pároco em Vilar de Andorinho, Vila Nova de Gaia, espalhada pela unidade de saúde.

Talvez a ideia lhe tenha surgido do Espírito Santo, disse à Lusa Albino Reis, capelão no hospital há 16 anos, mas a verdade é que, após a fixação de cartazes a apelar aos fumadores para não deitarem os maços de tabaco e as pontas de cigarro para a via pública, este comportamento “pouco cívico” diminuiu, pelo menos, em redor da capela, sublinhou.

“À volta da capela, pelo menos, resultou. Agora não se vêem beatas de cigarros por lá, mas as outras continuam”, disse em jeito de brincadeira.

Albino Reis confidenciou que recebe, diariamente, comentários sobre mensagem e a forma “divertida e pedagógica” que arranjou para contrariar uma “tendência pouca cívica e educada”.

Não sendo contra os fumadores, porque também ele fuma, o padre lembrou que “não vale tudo” e que o espaço é de todos, tendo de ser bem tratado por todos. E é por o espaço ser de todos que o pároco decidiu “espalhar a palavra” para combater esta “falta de civismo”.

“Sempre me causou alguma indignação esta situação. Primeiro, o facto de as pessoas fumarem no espaço do centro hospitalar, local onde se tratam doenças, e, depois, atirarem as beatas e os maços de tabaco vazios para o chão quando, por vezes, têm cinzeiro e caixotes do lixo a dois palmos”, referiu.

Já para as “beatas da Igreja” a mensagem ainda não surtiu efeitos, assumiu a brincar, acrescentando que o trocadilho apenas teve por objectivo “divertir e chamar à atenção” das pessoas para a situação em causa, sem ofender quem quer que seja.

A 19 de Fulho, o Parlamento aprovou um projecto de lei que pune com coimas entre 25 e 250 euros quem atirar pontas de cigarro para a via pública.

O texto final com alterações ao projecto original do PAN, votado em plenário, teve o voto contra do PCP e os votos a favor do PS, PSD, Bloco de Esquerda, CDS-PP, Verdes e PAN.