Escultura de homenagem a António Arnaut inaugurada em Coimbra

O neto de António Arnault disse que o avô estaria “muito contente” com o “esforço” do Governo na aprovação da nova Lei de Bases da Saúde, mas notou que, ao contrário da oliveira, o Serviço Nacional de Saúde “tem de ser regado várias vezes ao dia”.

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António Arnaut com Mário Soares e Manuel Alegre no XX Congresso do PS (Lisboa, 2014) Daniel Rocha

Uma escultura de homenagem a António Arnaut, autor da lei que criou o Serviço Nacional de Saúde (SNS), foi inaugurada este domingo no Parque Verde do Mondego, em Coimbra, numa comemoração dos 40 anos do SNS.

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Uma escultura de homenagem a António Arnaut, autor da lei que criou o Serviço Nacional de Saúde (SNS), foi inaugurada este domingo no Parque Verde do Mondego, em Coimbra, numa comemoração dos 40 anos do SNS.

Localizada junto à primeira oliveira do SNS (plantada há uma década e onde, desde então, sempre a 15 de Setembro, é cumprido um ritual simbólico de rega da árvore) a escultura, rodeada por bancos de madeira e da autoria do artista plástico Mário Nunes, foi entregue à Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), que a ofereceu à cidade.

Na sessão de hoje, Isabel Garcia, presidente da Liga dos Amigos dos Hospitais da Universidade de Coimbra (LAHUC), promotora da iniciativa com a SRCOM, disse que a árvore plantada em 2009 “não é uma oliveira qualquer, é uma oliveira do SNS” e que desde então pelo menos outras oito árvores foram plantadas pelo país, em Fafe, Viseu, Ansião, Pampilhosa da Serra, Lousã, Penela - terra natal de António Arnaut, que morreu em 2018 - Cantanhede e Loulé, a mais recente.

Na ocasião, o médico Armando Gonçalves, que presidiu à Liga dos Amigos do Hospital dos Covões, outra entidade, já desaparecida, que esteve na génese da primeira oliveira, propôs a união do país “homens e mulheres em defesa do SNS”.

Já o neto de António Arnault, António Miguel, disse que o avô estaria “muito contente” com o “esforço” do Governo na aprovação da nova Lei de Bases da Saúde, mas notou que, ao contrário da árvore, o Serviço Nacional de Saúde “tem de ser regado várias vezes ao dia”.

O presidente da SRCOM, Carlos Cortes, por seu turno, lembrou a humanização do sector da saúde, defendida por Arnaut, sublinhando que este, em tempos de inovação tecnológica, “é um dos grandes desafios para o futuro”.

O presidente da autarquia de Coimbra, Manuel Machado, fechou os discursos e lembrou que a lei que criou o SNS em 1979 “teve votos contra”.

Manuel Machado enalteceu a “coragem” de António Arnaut, Mário Soares e Salgado Zenha em “empreender o desafio” de criação do SNS e, sobre a escultura hoje inaugurada (que se vêm juntar a dois bustos do advogado e político existentes em Coimbra) sublinhou que os visitantes do Parque Verde se podem sentar junto a ela “olhar para a cidade” e dela “usufruir com saúde”.

A ministra da Saúde, Marta Temido, ficou na sessão até ao fim mas não chegou a intervir, devido ao “adiantado da hora”, segundo foi anunciado, por ter um compromisso marcado.