Ministro da Defesa diz que há consciência que a Europa tem de fazer mais pela sua segurança

O director executivo da Agência Europeia de Defesa abordou com Gomes Cravinho “possíveis actividades que Portugal poderá organizar em conjunto com a Agência Europeia de Defesa”.

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João Gomes Cravinho e Jorge Domecq LUSA/MÁRIO CRUZ

O ministro da Defesa Nacional considerou nesta terça-feira que existe actualmente uma “consciência crescente” de que a Europa “tem de fazer mais pela sua própria segurança e defesa”, ideia que tem vindo intensificar-se ao longo dos anos.

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O ministro da Defesa Nacional considerou nesta terça-feira que existe actualmente uma “consciência crescente” de que a Europa “tem de fazer mais pela sua própria segurança e defesa”, ideia que tem vindo intensificar-se ao longo dos anos.

Esta posição foi assumida por João Gomes Cravinho durante uma conferência de imprensa que decorreu no Ministério da Defesa, em Lisboa, no final de uma reunião com o director executivo da Agência Europeia de Defesa, Jorge Domecq.

Na ocasião, o ministro considerou que existe uma “consciência crescente que tem vindo a desenvolver-se ao longo de alguns anos de que a Europa tem de fazer mais pela sua própria segurança e defesa”.

“Eu creio que há consenso quanto a isso, e nós temos de ter capacidade para corresponder aos desafios que se nos colocam em matéria de segurança e defesa”, sublinhou, notando que “o desenvolvimento de uma identidade europeia de defesa é exactamente isso”.

Na óptica do ministro português, isso “não significa” um desinvestimento na NATO.

“A NATO permanece como um preferencial estratégico central para Portugal e para a generalidade dos países da União Europeia - 22 dos 28 países da União Europeia são também membros da NATO - mas significa termos a capacidade de, em nome da União Europeia, empregarmos capacidades militares para cumprir missões que interessem especificamente à União Europeia”, assinalou.

Ao lado de Jorge Domecq, João Gomes Cravinho defendeu que o líder da Agência Europeia de Defesa “tem feito com que esta agência assuma um papel cada vez mais significativo no desenvolvimento” da “identidade europeia de defesa”.

“Nós temos, no plano europeu, uma evolução muitíssimo rápida e substantiva em matéria de defesa”, referiu, notando que esta agência “é uma entidade central neste processo”.

Assim, um dos assuntos do encontro foram “os desafios que se colocam para a União Europeia nos tempos mais próximos”, revelou o ministro da Defesa Nacional, lembrando que Portugal vai assumir a presidência da União Europeia no primeiro semestre de 2021.

“A matéria de defesa fará parte das nossas prioridades, há muito a fazer neste âmbito e foi possível trocar algumas ideias sobre essa matéria”, vincou.

Também presente na conferência de imprensa, Jorge Domecq disse ter discutido com o ministro Gomes Cravinho “as diferentes iniciativas da União Europeia, como levá-las adiante”, sinalizando que “este é um momento muito importante” porque é o momento em que “os orçamentos para a defesa europeus estão a crescer”.

“Precisamos de usar esse dinheiro de forma coerente, que torne os esforços em termos de defesa mais eficientes e fortaleça a Europa porque, dessa forma, a nossa contribuição para a NATO vai também melhorar”, advogou.

O director executivo da Agência Europeia de Defesa falou também na indústria de defesa, e na forma como “os centros de investigação e inovação poderão contribuir para as capacidades que se revelam necessárias”.

Relativamente à presidência portuguesa, Domecq revelou ter abordado com Gomes Cravinho “possíveis actividades que Portugal poderá organizar em conjunto com a Agência Europeia de Defesa”.