Mundiais mais participados de sempre piscam o olho a Tóquio

Arranca hoje, na Coreia do Sul, a 18.ª edição dos Campeonatos do Mundo Aquáticos. Como é hábito, a natação pura está reservada para a segunda semana e Portugal apresenta dez atletas na competição.

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Reuters/STEFAN WERMUTH

Os Jogos Europeus que terminaram no final do mês passado, na Bielorrússia, ficaram mais pobres com a ausência da natação, mas para os amantes dos desportos aquáticos a compensação começa a ser servida hoje, dia em que arrancam, na Coreia do Sul, os Mundiais da especialidade. Com a perspectiva do apuramento olímpico para Tóquio 2020 a servir como “propulsor”, a natação pura está, como é hábito, reservada para a segunda semana do calendário, exibindo os nomes de Katie Ledecky ou de Sun Yang como chamarizes.

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Os Jogos Europeus que terminaram no final do mês passado, na Bielorrússia, ficaram mais pobres com a ausência da natação, mas para os amantes dos desportos aquáticos a compensação começa a ser servida hoje, dia em que arrancam, na Coreia do Sul, os Mundiais da especialidade. Com a perspectiva do apuramento olímpico para Tóquio 2020 a servir como “propulsor”, a natação pura está, como é hábito, reservada para a segunda semana do calendário, exibindo os nomes de Katie Ledecky ou de Sun Yang como chamarizes.

Detentora de quatro títulos olímpicos e de cinco medalhas de ouro nos últimos Mundiais (obteve ainda uma medalha de prata), a nadadora norte-americana é uma figura incontornável da competição que terá como epicentro o Nambu University Municipal Aquatics Center, em Gwangju. Ledecky já assumiu a pretensão de competir em quatro disciplinas individuais em Tóquio (200m, 400m, 800m e 1500m livres) — no Rio de Janeiro, entrou em três e em duas estafetas — e este será um balão de ensaio para esse desígnio.

De entre as rivais que levantarão ondas a Ledecky conta-se Taylor Ruck. A canadiana de 19 anos já bateu a norte-americana na final dos 200m livres dos Campeonatos Pan-Pacíficos de 2018, aproveitando para actualizar o recorde nacional (1m54,44s), e será uma ameaça séria. Mas não é a única. Na mesma distância, a actual campeã mundial, Federica Pellegrini, deverá defender o título, já que retomou a especialidade em competição depois de ter garantido que não voltaria a nadar os 200m livres. E com marcas interessantes.

Nos eventos masculinos, são grandes as expectativas para perceber o que podem fazer Sun Yang, Caeleb Dressel ou Chad le Clos. O portento chinês procura fazer história ao tornar-se no primeiro nadador a ganhar quatro títulos mundiais consecutivos na mesma prova — no caso, os 400m livres (nos Jogos Asiáticos de 2018 ganhou o ouro com 3m42,92s).

Nos 50m e 100m livres, bem como nos 100m mariposa, o favorito será Caeleb Dressel. O nadador da Florida, EUA, igualou Michael Phelps nos Mundiais de 2017, com sete medalhas de ouro, e continuou a altíssimo nível no ano passado, já depois de se ter tornado profissional. Em Hangzhou,  na China, coleccionou mais seis títulos e três medalhas de prata.

Na mira do experiente Chad Le Clos estão os 200m mariposa. O sul-africano, que já detém dois títulos mundiais na distância (2013 e 2017), também chegou ao ouro nos últimos Jogos da Commonwealth, vendo a confiança reforçada: “Com todo o respeito pelos meus adversários, a única medalha pela qual vou lutar é a de ouro e acredito que vou ganhar”, afirmou ao Canal Olímpico.

Enquanto não é dado o tiro de partida para a natação pura, entram em cena a natação sincronizada e os saltos para a água. Nesta especialidade, a China costuma dominar com exuberância (sete medalhas de ouro em oito possíveis no Rio de Janeiro 2016), mas Tom Daley continua a ser um nome a ter em conta. Em Abril, o saltador britânico de 25 anos conseguiu bater a concorrência asiática em Montreal, numa das etapas da FINA Diving World Series, na plataforma de 10 metros.

Nesta 18.ª edição dos Campeonatos do Mundo Aquáticos, Portugal participará com 10 atletas, todos eles na natação pura: Ana Monteiro, Diana Durães, Tamila Holub e Victoria Kaminskaya nas provas femininas, Alexis Santos, Diogo Carvalho, Gabriel Lopes, João Vital, Miguel Nascimento e Tomás  Veloso nas masculinas. O objectivo? “Se houver oito nadadores a obterem os mínimos para os Jogos Olímpicos, direi, sem qualquer margem de dúvidas, que a participação terá sido excepcional”, revelou ao site da federação José Machado, director técnico nacional.

Sob o lema “Mergulha na paz”, serão nada menos do que 2.639 os atletas a competir em Gwangju (o mais alto número de sempre), em representação de 194 países.