Cartas ao director

Eleições nominativas

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Eleições nominativas

Quando os cadernos eleitorais eram ordenados pelo número de eleitor, eu e minha mulher tal como, penso eu, milhares de votantes, pouquíssimo tempo demorávamos a cumprir o nosso dever cívico. Ontem, ao reparar que mudaram a ordenação dos cadernos para ordem alfabética logo me apercebi que ia dar asneira; assim, para além de termos mesas de voto bem diferentes (problema insignificante) a senhora que procurou o meu nome esteve um tempo enorme para o localizar enquanto a minha mulher quase desesperava pois andaram à procura duma Luisa quando ela é Luiza.

Sinceramente, ambos reformados, tempo é o que mais temos. Mas isto não acontece com milhares e para os elementos das mesas de voto deve ser uma seca dos diabos... Quem seria o inteligente que  se lembrou de fazer tão inoportuna alteração?

Manuel Gonçalves, Braga 

Receita para combater a abstenção

Na sequência da crónica elevada abstenção nos vários actos eleitorais, nomeadamente nas europeias, deixo aqui uma ideia que poderia ajudar a minimizar este facto. Se uma das mais fortes razões para a abstenção é o desinteresse e a recusa em abdicar de um dia de lazer (embora o acto de votar seja rápido e indolor...) porque não oferecer um semi-feriado aos eleitores, agendando as eleições para um dia útil, sendo que metade do horário (manhã ou tarde) seria dado aos trabalhadores para tal, recebendo o dia por inteiro uma vez apresentada a prova de voto? Os portugueses tudo farão por uma pausa no trabalho (da praia é que parecem não abdicar).

Luís Silva      

Abstenção nas eleições

É dever do governo esclarecer os cidadãos sobre qual a importância de votar; é dever, também, do governo explicar qual o papel dos eurodeputados no parlamento europeu; é dever do governo explicar de que modo o desempenho dos eurodeputados se pode reflectir no dia-a-dia de um cidadão. Os discursos a que assistimos com essas intenções ou não foram ouvidos, ou não foram compreendidos, ou não foram valorizados. Teria sido pertinente, e será pertinente noutras situações análogas, promover sessões de esclarecimento a um nível de proximidade dos cidadãos. (...) Não havendo essa proximidade entre quem esclarece e quem é esclarecido e não havendo a devida postura de responsabilização (em que possa haver uma discussão construtiva sobre a importância e o efeito do voto), não se poderá esperar que a abstenção nas eleições diminua. 

Luís Filipe Rodrigues, Santo Tirso

P2

Foi com muito interesse que li o artigo de António Rodrigues no P2 de ontem sobre os portugueses que resistiram aos nazis em França. Parabéns pelo artigo e divulgação da pesquisa de Barata Feyo, que vou ler também atentamente. Só um reparo, quanto à libertação de Paris: De Gaulle não exagerou: de facto, a libertação de Paris foi obra exclusiva de franceses: da resistência e da 2.ª Divisão Blindada das Forças Livres Francesas, sob o comando do então General Leclerc, desembarcada na Normandia com os anglo-americanos e que só parou uns meses depois ao conquistar o Ninho de Águia de Hitler, nos Alpes Bávaros.

Manuel Guedes-Vieira, Lisboa