Atacada com água a ferver, árbitra argentina não cede a agressões

Agressão ocorreu num jogo da sexta divisão argentina, no sábado. Rosana Paz, árbitra assistente, confirma queimaduras "graves", mas expressa desejo de voltar à competição o mais rapidamente possível.

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A árbitra assistente Rosana Paz foi encaminhada para o hospital após ter terminado a partida PAULO PIMENTA / PUBLICO

Rosana Paz, um dos árbitros assistentes na partida entre o Marquesado e o San Martín, equipas da sexta divisão argentina, foi atacada com água a ferver nos últimos minutos da partida.

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Rosana Paz, um dos árbitros assistentes na partida entre o Marquesado e o San Martín, equipas da sexta divisão argentina, foi atacada com água a ferver nos últimos minutos da partida.

A agressão ocorreu numa altura em que a equipa da casa vencia o San Martín por 1-0, a dois minutos antes do final da partida. O árbitro assistente do lado oposto assinalou um fora-de-jogo contra o Marquesado. “Senti [os adeptos] a atirarem água quente para as minhas costas. Chamei o árbitro e pedi que água fria fosse aplicada na área para aliviar as queimaduras. Eles queriam suspender o jogo, mas chegamos a um entendimento para o levar até ao fim”, afirma a árbitra, citada pelo AS.

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Agressões aconteceram numa partida da sexta divisão argentina DR

Rosana Paz foi encaminhada para o hospital, onde consideraram as queimaduras sofridas como “graves”. Apesar da agressão, a árbitra está já ansiosa para voltar à competição: “Seja um homem ou uma mulher a serem atacados, este tipo de coisa não pode acontecer. Não vou desistir. Vou continuar. É difícil ser uma mulher no futebol, mas não vou ceder. Espero que seja escolhida para arbitrar já neste fim-de-semana”.

Alberto Platero, presidente da Liga Sanjuanina, sexta divisão argentina, afirmou ao programa de televisão Telesol Noticias que um relatório tinha chegado aos órgãos disciplinares para que estes possam aplicar “o castigo merecido”, acrescentando que o sucedido “foi além do futebol”.

Por sua vez, o presidente do Marquesado, equipa da casa, deu a sua versão dos acontecimentos: “[Os adeptos] dizem que foi uma garrafa de água que tinha sido deixada nas bancadas, que não foi água a ferver. Não vi as queimaduras, estive com ela e ela não nos mostrou nada. Mas não quero defender os adeptos porque sei como eles são. Se eles se vão comportar mal não deviam ir ao jogo. Não concordo com o que fizeram, tentamos falar com eles e evitar estas situações”.