Eis as vozes que mais se fizeram ouvir (em 2018) com o megafone do P3

De piropos a emigração, passando por crises de idade e amor entre irmãos: são estas as cinco crónicas mais lidas este ano no P3.

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1. Aconteceu. Estou num dia mau e respondi a um piropo

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1. Aconteceu. Estou num dia mau e respondi a um piropo

Aconteceu. Liliana Borges, jornalista do PÚBLICO, pegou no megafone e berrou contra os piropos, naquela que foi a crónica mais vista — por larga maioria — do P3. Contra o piropo e o assédio sexual, a jornalista relatou uma série de experiências, num texto que quer acabar com a típica desculpabilização: "Não tem mal, não ligues, é gente doida, o melhor é ignorar". Desta vez, Liliana não ignorou e fez com que milhares de leitores não ignorassem.

2. Deixem os emigrantes em paz

Em época de férias de Verão, Carlos Daniel Barros, investigador, fez um pedido: “Vamos calçar os sapatos dos outros”. O investigador deixou o apelo para que acabassem os massacres aos emigrantes nas caixas de comentários das redes sociais e defendeu a coragem dos que deixam o conforto de casa em busca de melhores condições de vida. Carlos Daniel Barros quis acabar com o estereótipo do emigrante que traz "um carro XPTO" e fala com uma pronúncia "que baila entre o português e os inúmeros estrangeirismos" — e isso valeu-lhe o segundo lugar das crónicas mais vistas.

3. O peso dos 25

Que levante o dedo quem já chegou ao quarto de século. É verdade que aos 25 se aprende a ouvir mais os pais? A ser mais independente? A fazer compras? Para Ana Carolina Rocha, licenciada em Ciências da Comunicação, os 25 são a idade dos novos “porquês” e uma “ponte desequilibrada”: de um lado, a loucura característica da juventude e, do outro, o “não ser tão jovem assim”. Se os 30 são os novos 20, a crise dos 25 há-de ser a nova crise dos 40. Se estás nessa fase, nada temas — lê o texto e encontra inquietações semelhantes às tuas.

4. Ter um irmão é uma das maiores dádivas do mundo

Quem tem irmãos sabe que, apesar das lutas pelo último biscoito, não há amor que se compare ao fraterno. Pedro Sampaio Minassa, estudante de Direito no Brasil, escreveu sobre a sorte de ter alguém com quem partilhar experiências (e o último biscoito que tanto querias). Num texto onde se destacam os sentimentos — às vezes escondidos — entre irmãos, o estudante brasileiro tocou corações e pôs milhares a identificar os irmãos e as irmãs nas caixas de comentários com mensagens de amor. Foi bonito de se ver. 

5. Regressámos a Portugal!

Voltar a casa depois de dez anos emigrado. Deixar as saudades, para sentir o abraço da mãe, o cheiro a sal e o calor na varanda. O cenário parece bom demais para ser verdade — e neste caso não é. O texto fictício da autoria de João André Costa foi o quinto mais visto e traz, depois do cenário agradável de regresso a casa, a falta de oportunidades de quem volta, que obriga a pedir ajuda aos familiares e amigos, até à inevitável decisão de emigrar outra vez. E termina com uma dura conclusão: "Portugal está na mesma, melhor só para quem pode mas nem por isso para quem quer." Que em 2019 a crónica tenha um desfecho diferente.