Taxa de cesarianas nos privados é mais do dobro da do SNS

A DGS aponta para uma ligeira redução da proporção global de partos por cesariana, mas os números colocam o país acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

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Aulas de preparação para o parto no Hospital Comendador Manuel Moreira de Barros -- 23 de Novembro de 2016 Nelson Garrido

A percentagem de cesarianas realizadas nos hospitais privados é mais do dobro da registada nos públicos, sendo necessária uma reflexão sobre esta "assimetria", conclui a Direcção-geral da Saúde (DGS).

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A percentagem de cesarianas realizadas nos hospitais privados é mais do dobro da registada nos públicos, sendo necessária uma reflexão sobre esta "assimetria", conclui a Direcção-geral da Saúde (DGS).

No relatório "Saúde Infantil e Juvenil -- Portugal 2018", a DGS aponta para uma ligeira redução da proporção global de partos por cesariana, mas ainda assim colocam o país acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

Portugal passou de uma taxa de 35,6% de cesarianas em 2013 para 33% em 2016. Contudo, nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde a taxa de cesarianas está abaixo dos 30%, situando-se, em 2016, nos 27,6%.

Aliás, a taxa de cesarianas nos hospitais do SNS tem vindo a ter uma redução ligeira, mas permanente de 2013 a 2016.

Nos hospitais privados, a taxa de cesarianas era de 65,5% em 2016, ano em que as unidades privadas realizaram quase 12.500 dos mais de 85 mil partos em Portugal.

"Apesar de os partos por cesariana terem registado uma tendência decrescente, a percentagem de cesarianas é ainda elevada e importa referir que é significativamente mais elevada nas maternidades privadas, constatando-se espaço para melhoria e necessidade de reflexão acerca da referida assimetria", conclui a Direcção-geral da Saúde.

O documento, divulgado no site da DGS, recorda que "as cesarianas clinicamente desnecessárias são motivo de preocupação médica e económica".

O relatório sobre a saúde infantil e juvenil debruça-se ainda sobre o aleitamento materno, registando tendência de melhorias quanto à amamentação exclusiva aos seis meses de vida do bebé.

Contudo, a DGS reconhece que é necessária "especial atenção" para garantir "sustentabilidade desta tendência de melhoria".