ASM Industries constrói plataformas para parque eólico no mar de Viana

Projecto liderado pela EDP Renováveis, que terá tarifas subsidiadas de 100 euros por megawatt hora durante 25 anos, deverá entrar em produção no próximo ano ao largo de Viana do Castelo.

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A fase de testes do Windfloat realizou-se durante cinco anos na Póvoa de Varzim © Jose Manuel Ribeiro / Reuters

A ASM Industries vai fornecer as duas plataformas para o novo parque eólico no mar em Viana do Castelo, o projecto Windfloat Atlântico, que é detido por um consórcio encabeçado pela EDP Renováveis.

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A ASM Industries vai fornecer as duas plataformas para o novo parque eólico no mar em Viana do Castelo, o projecto Windfloat Atlântico, que é detido por um consórcio encabeçado pela EDP Renováveis.

A empresa do grupo A. Silva Matos, que é a maior produtora em Portugal de torres eólicas, anunciou esta sexta-feira que deverá entregar as plataformas ao consórcio Windplus em Junho de 2019, já que está previsto que o parque eólico offshore possa iniciar a sua actividade no Verão do próximo ano.

Definindo o negócio com a Windplus (que tem como outros accionistas a Repsol, a Trustenergy, a Mitsubishi e a Chyoda) como uma “clara vitória” da estratégia da ASM Industries de se posicionar “entre os principais fornecedores da Europa de equipamentos metálicos para o sector da energia, nomeadamente torres eólicas, fundações offshore e estruturas marítimas”, o presidente da empresa, Adelino Costa Matos, sublinhou em comunicado que o projecto é igualmente um “grande passo para o desenvolvimento do cluster das energias oceânicas” em Portugal.

A ASM Industries destaca que o Windfloat será constituído por três plataformas flutuantes semi-submersíveis e triangulares, onde irão assentar turbinas eólicas com 8,4 megawatts (MW) de capacidade de produção. A tecnologia desenvolvida pela Principle Power (de que o grupo A. Silva Matos também é accionista) permite a exploração do potencial eólico no mar em profundidades superiores a 40 metros.

O projecto assegurou financiamentos comunitários de 30 milhões de euros, que os accionistas consideraram que chegou a estar em risco devido aos atrasos do Governo na definição das verbas que poderiam ser usadas pela REN para construir o cabo submarino que ligará o parque à rede eléctrica em terra. Também garantiu um apoio de 19 milhões de euros do Fundo Ambiental e tarifas subsidiadas em torno de 100 euros por megawatt hora durante 25 anos.

Além disso, este projecto, que teve uma primeira fase de testes com um protótipo instalado ao largo da Póvoa de Varzim recebeu três milhões do Fundo de Apoio à Inovação.

Adiantando que está a investir um total de 40 milhões de euros em duas novas unidades de produção, em Setúbal e Aveiro, “para fabricar estruturas offshore em série”, a ASM Industries revela ainda que em 2020 prevê facturar cerca de 50 milhões de euros (com um contributo de 70% dos equipamentos offshore) e dar emprego a 200 pessoas num sector com elevado potencial exportador.

“Este projecto deve ser encarado como uma oportunidade única” para que Portugal ganhe “as competências, infra-estruturas e know-how no fabrico de estruturas para o sector oceânico”, frisa o comunicado, notando ainda que “o mercado de parques eólicos offshore em todo o mundo tem um grande potencial e a tecnologia utilizada no projecto Windfloat Atlântico permite que Portugal possa continuar a ser pioneiro nesta área”.