Açores já têm serviço de vídeo-intérprete para chamadas de emergência

O Serviin é um serviço de vídeo-interpretação, através do qual um intérprete licenciado em língua gestual portuguesa comunica com a pessoa surda e oralmente com os profissionais do serviço de emergência.

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Susana Vera/Reuters

Os Açores dispõem desde esta segunda-feira, 16 de Junho, de um serviço de vídeo-intérprete para que a comunidade surda possa aceder aos serviços de emergência, utilizando língua gestual.

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Os Açores dispõem desde esta segunda-feira, 16 de Junho, de um serviço de vídeo-intérprete para que a comunidade surda possa aceder aos serviços de emergência, utilizando língua gestual.

"Vamos ter disponível um intérprete permanentemente, ou seja, através deste serviço, qualquer indivíduo que seja surdo e saiba língua gestual portuguesa pode aceder ao serviço e comunicar, quer com a central da Protecção Civil, quer com os bombeiros", adiantou o secretário regional da Saúde dos Açores, Rui Luís, citado numa nota do Governo Regional.

Estima-se que existam nos Açores cerca de 1050 pessoas com deficiência ou perda auditiva, das quais cerca de 560 com surdez profunda.

O Serviin, que já entrou em funcionamento, é um serviço de vídeo-interpretação, através do qual um intérprete licenciado comunica gestualmente com o surdo e oralmente com os profissionais do serviço de emergência.

A videochamada pode ser feita através do número 12472 ou via Skype, em Serviin — Intérprete LGP.

Segundo Rui Luís, todas as viaturas de socorro dos bombeiros estão equipadas com tablets e o Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores vai dar formação sobre técnicas de comunicação com a pessoa surda em situações de emergência, a partir de Setembro, no âmbito do curso de tripulante de ambulância.

Em Julho de 2017, o executivo açoriano já tinha lançado um serviço de comunicação por SMS para a comunidade surda.

"Foi uma primeira solução que disponibilizámos e levou 34 pessoas a inscreverem-se no sistema. Dessas, houve duas chamadas, o que para nós é relevante, já que se trata de situações de emergência e que justificam, por si só, o projecto", salientou Rui Luís.