Soares Franco questiona “verdadeira razão” para continuidade de Bruno de Carvalho

O antigo presidente dos "leões" aponta falta de transparência a todo conselho directivo.

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Soares Franco foi presidente do Sporting entre 2005 e 2009 Carlos Manuel Martins/Arquivo

Filipe Soares Franco, antigo presidente do Sporting, não reconhece mérito a Bruno de Carvalho relativamente à recuperação financeira do clube dos “leões” e lembra que também Pedro Santana Lopes herdou um Sporting com graves problemas financeiros. Mais ainda, levanta algumas suspeitas em relação às “verdadeiras razões” que levam Bruno de Carvalho a manter-se na presidência do clube.

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Filipe Soares Franco, antigo presidente do Sporting, não reconhece mérito a Bruno de Carvalho relativamente à recuperação financeira do clube dos “leões” e lembra que também Pedro Santana Lopes herdou um Sporting com graves problemas financeiros. Mais ainda, levanta algumas suspeitas em relação às “verdadeiras razões” que levam Bruno de Carvalho a manter-se na presidência do clube.

Em entrevista à SIC Notícias, Filipe Soares Franco sublinha que não é conhecida “em que situação o Sporting está hoje”. “Só podemos falar dos resultados da SAD”, acrescentou.

Sobre a instabilidade da imagem do Sporting e a divisão dentro do clube entre adeptos e sócios, Soares Franco diz-se “plenamente convencido” que se hoje “o conselho directivo se demitisse do Sporting, depois de amanhã criava-se uma onda positiva” sobre o clube.

“Que há razões que a própria razão desconhece para ele [Bruno de Carvalho] não ser transparente, lá isso há. Se não já tinha explicado porque não saía”, apontou. “E não me convencem os argumentos que ele usou até agora”, continua o antigo dirigente “leonino”. “O empréstimo obrigacionista, a crise financeira, a estabilidade das modalidades… Não convence porque acho que todos os parceiros institucionais do Sporting estão preocupados e estão tensos”, insistiu Soares Franco.

Sobre algumas das razões dessa tensão e da continuidade de Bruno de Carvalho na liderança do Sporting, Soares Franco tem alguns cenários construídos, que optou por não partilhar. “Já pensei [sobre as razões] e o que pensei não vou revelar porque não tenho provas. Se tivesse, dizia. Mas há vários indícios”, afirmou o antigo dirigente. “Vou dar um. Talvez o mais complexo, o mais provocador. Quando André Geraldes foi inquirido e foram encontrados 60 mil euros no cofre, ninguém explicou porque lá estavam os 60 mil euros. A comunicação que deu a administração da SAD foi que este assunto era justificado”. Uma explicação que Soares Franco considera insuficiente. “O que eu sei é que se alguém tiver 60 mil euros em numerário, e os for depositar ao banco, o banco não aceita ou pede explicação da origem do dinheiro”, vincou.

Para ser completamente transparente, o Sporting deve explicar a origem dos 60 mil euros, considera o antigo presidente dos “leões”. “Não posso comentar se houve corrupção ou não houve corrupção. Enquanto a investigação não produzir uma acusação, não faço comentários.”

“O Sporting tem no seu ADN, na sua história de 112 anos, o orgulho de ser um clube que tinha regras”, analisa. “O conflito não leva a lado nenhum. Só leva ao afundamento do Sporting a cada dia que passa.” Mas Soares Franco não dirige críticas apenas à gestão de Bruno de Carvalho. “Não vamos mandar areia para os olhos e fingir que isto é só o presidente. É o presidente e o conselho directivo”, atira. “Continuo a ter uma enorme esperança de que um dia caía uma pedra de bom senso nos órgãos sociais do Sporting, nomeadamente no conselho directivo.”

Já os elogios dirige-os a Jorge Jesus. “Nos últimos dois meses criei uma admiração enorme por Jorge Jesus. Foi um verdadeiro líder do balneário. Conseguiu manter os jogadores minimamente unidos”, sublinhou.