Primeiras consultas de apoio à cessação tabágica aumentaram 60% num ano

Consultas passaram de 7145 para 11.493.

Foto
Fabio Augusto

As primeiras consultas de apoio intensivo à cessação tabágica aumentaram cerca de 60% entre 2016 e 2017, passando de 7145 para 11.493, quase 30% do total das consultas realizadas no ano passado, segundo dados da Direcção-Geral da Saúde.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

As primeiras consultas de apoio intensivo à cessação tabágica aumentaram cerca de 60% entre 2016 e 2017, passando de 7145 para 11.493, quase 30% do total das consultas realizadas no ano passado, segundo dados da Direcção-Geral da Saúde.

De acordo com dados avançados nesta terça-feira à agência Lusa a propósito do Dia Mundial Sem Tabaco, que se assinala na quinta-feira, foram disponibilizadas em 2017 no Serviço Nacional de Saúde (SNS) 39.763 consultas, mas 7941 face ao ano anterior, o que representou um aumento de 25%.

Os locais de consulta de apoio intensivo à cessação tabágica a nível dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) e unidades hospitalares do SNS também aumentaram, passando de 180 em 2016, para 218 em 2017 (mais 21,1%).

Questionada pela Lusa sobre se existe lista de espera para estas consultas, a DGS afirmou que "a procura é variável ao longo do ano e entre consultas", existindo "algumas consultas com pouca procura, outras com lista de espera".

O Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo da Direcção-Geral da Saúde associou-se às comemorações do Dia Mundial sem tabaco 2018 promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que desafiou todos os países a intensificarem o controlo do tabaco como parte das suas estratégias para a diminuição da mortalidade por doenças cardiovasculares.

A DGS refere que o consumo de tabaco é a segunda principal causa de doença cardiovascular, a seguir à hipertensão arterial, adiantando que fumar e a exposição ao fumo ambiental contribuem para aproximadamente 12% do total de mortes por doença cardíaca em todo o mundo.

Maior risco de desenvolver doença coronária

Mesmo as pessoas que fumam menos de cinco cigarros por dia apresentam maior risco de desenvolver doença coronária, adverte a DGS, que lança na quarta-feira a Campanha Nacional de Luta Contra o Tabagismo 2018.

Em Portugal, segundo estimativas elaboradas pelo Institute of Health Metrics and Evaluation para 2016, divulgadas nesta terça-feira pela DGS, o tabaco foi responsável pela morte de mais de 2.100 pessoas por doenças cerebrocardiovasculares (5,7% do total de óbitos). Destas, 1620 eram homens e 545 eram mulheres.

Segundo a OMS, a epidemia global do tabaco mata mais de sete milhões de pessoas por ano, das quais cerca de 900.000 são não fumadores que morrem por exposição ao fumo do tabaco.

Os objectivos traçados pela OMS para o Dia Mundial Sem Tabaco 2018 passam por "destacar a relação entre o consumo de produtos do tabaco, a saúde do coração e as doenças cardiovasculares" e "aumentar a consciencialização da população sobre o impacto do consumo do tabaco e da exposição ao fumo ambiental na saúde cardiovascular".

"Proporcionar oportunidades para o público, governos e outros assumirem medidas de promoção da saúde cardiovascular, protegendo as pessoas do consumo de tabaco" e "incentivar os países a intensificarem a implementação das medidas preconizadas pela Convenção-Quadro da OMS para o Controlo do Tabaco" são outros objectivos preconizados para este dia, que tem este ano como tema "O tabaco destrói corações, escolha saúde, diga não ao tabaco".