Bruno de Carvalho enfrenta sócios a 23 de Junho

Terminou a reunião de três horas dos órgãos sociais do Sporting. Líder "leonino" fala em "bomba atómica cheia de irregularidades".

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MIGUEL A. LOPES/LUSA

Bruno de Carvalho não sai pelo seu pé da liderança do Sporting e irá enfrentar uma assembleia geral (AG) extraordinária para o destituir no próximo dia 23 de Junho. A reunião magna foi convocada nesta quinta-feira por Jaime Marta Soares, presidente demissionário da Mesa da AG, após um encontro de mais de duas horas com os órgãos sociais do clube, no Estádio José Alvalade. No final, o presidente lamentou que os interesses do clube não tenham sido acautelados.

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Bruno de Carvalho não sai pelo seu pé da liderança do Sporting e irá enfrentar uma assembleia geral (AG) extraordinária para o destituir no próximo dia 23 de Junho. A reunião magna foi convocada nesta quinta-feira por Jaime Marta Soares, presidente demissionário da Mesa da AG, após um encontro de mais de duas horas com os órgãos sociais do clube, no Estádio José Alvalade. No final, o presidente lamentou que os interesses do clube não tenham sido acautelados.

O presidente dos “leões” tem agora pouco menos de um mês para tentar limpar a imagem e convencer os sócios de que tem condições para continuar à frente dos destinos do Sporting. Novamente pressionado para apresentar a demissão, o dirigente voltou a resistir aos apelos de Marta Soares e de outros elementos demissionários dos órgãos sociais.

“Jaime Marta Soares acabou de lançar a bomba atómica”, acusou Bruno de Carvalho, no auditório do estádio, reforçando que a AG colocará em causa a preparação da próxima temporada, a contratação e venda de jogadores e a nova reestruturação financeira. “Não foram minimamente sensíveis nestas duas reuniões [a de ontem e a do passado dia 21] aos superiores interesses do Sporting Clube de Portugal, dos accionistas e obrigacionistas que deram um voto de confiança muito grande a esta direcção e a esta administração”, concluiu.

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Depois de três horas de reunião dos órgãos sociais do Sporting, Jaime Marta Soares anunciou que ficou marcada uma assembleia geral extraordinária para aquele dia com o propósito de destituir Bruno de Carvalho da presidência dos "leões". O presidente da Mesa da Assembleia Geral pouco mais disse, porque uma multidão de sócios "leoninos" deixou bem audível o seu apoio ao líder sportinguista. Apenas disse que Bruno de Carvalho falou durante duas horas.

Época em risco?

Pouco depois, Bruno de Carvalho surgiu na sala de imprensa, onde falou durante 45 minutos, a dizer que este era um dos "dias mais tristes" que viveu no Sporting. "Hoje é um dos dias mais tristes que vivi no Sporting. Cada derrota, cada não conquista, são momentos dolorosos, mas hoje é o momento institucional mais triste da minha vida. Nós pedimos, várias vezes, dando todos os argumentos à mesa da AG, para que não fizessem isto que fizeram hoje. Explicámos o que é do conhecimento público, que isto coloca em causa o empréstimo obrigacionista, esta mesa da AG e este conselho fiscal não foram sensíveis aos superiores interesses do Sporting e da SAD, nem dos interesses dos accionistas e obrigacionistas que deram um voto de confiança a esta direcção", começou por dizer o líder "leonino".

"Deitaram abaixo o trabalho feito com os bancos e com a CMVM. Isto tinha a ver com questões de tesouraria e isso foi explicado ao pormenor. Tinham esta fixada, não havia nada que os pudesse demover. Isto põe em causa a preparação da época, a contratação e venda de jogadores, a nova reestruturação financeira. Esta direcção tentou tudo. Pedimos duas vezes que nos dessem as razões e foi-nos dito que não queriam entrar em discussões. São palavras vagas e irresponsáveis. Não é assim que se lida com assuntos desta gravidade", prosseguiu Bruno de Carvalho.

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O líder "leonino" diz que fez uma proposta para se manter em funções durante 60 dias e daria aos outros órgãos sociais margem de manobra para apurarem o que entendessem, proposta que, acrescenta o presidente sportinguista, foi rejeitada. "Ficávamos em funções em 60 dias e depois iríamos dar a palavra aos sócios. Esta direcção já tinha feito esse pedido formal. Iríamos discutir com os sócios sem colocar em causa nada disso", disse ainda Bruno de Carvalho, criticando Marta Soares por ter usado "uma bomba atómica".

Desmontar a bomba atómica

"Marta Soares acabou de lançar uma bomba atómica, que está cheia de irregularidades. Parecia um grupo de pessoas preocupadas a falar para autómatos. Neste momento, esta bomba atómica, que vai ser desmontada por nós o mais depressa possível, apenas serviu para lançar o pânico, para parar o empréstimo obrigacionista e para nos tirar força negocial na preparação da época", reforçou Bruno de Carvalho.

"Há aqui uma série de questões jurídicas e de estatutos que não são o que diz Marta Soares. É um atropelo a tudo. Não nos foi apresentada uma assinatura. Em breve iremos mostrar todas as incorrecções jurídicas. Tenho sérias dúvidas de que esta bomba atómica aconteça", alertou.

Bruno de Carvalho também deixou uma referência a Frederico Varandas, candidato anunciado a futuras eleições no Sporting, e que foi director clínico do clube durante os últimos sete anos: "Tenho mais honra militar do que alguém que apareceu hoje porque nunca se abandona um companheiro em cenário de guerra e nunca se passa para o lado do inimigo."

Um jornalista da CMTV tentou fazer perguntas a Bruno de Carvalho, mas o presidente "leonino" não respondeu a nenhuma e anunciou que vai activar procedimentos judiciais contra o diário e contra o grupo Cofina: "O Correio da Manhã vai levar o maior processo de sempre. É uma das máquinas em andamento. É criminoso o que vocês [Correio da Manhã] estão a fazer. A Cofina vai ter problemas muito sérios."