Nacala compra 100% da Ramos Catarino

Depois de ter assegurado a aquisição do grupo Elevo e da Opway, a Nacala Holdings comprou a construtora Ramos Catarino.

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Sebastiao Almeida

A Nacala Holdings comprou esta madrugada a construtora Ramos Catarino, por um valor não revelado, com o objectivo de manter cerca de 30 milhões de facturação em Portugal e crescer no estrangeiro, segundo o presidente do Conselho de Administração do grupo.

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A Nacala Holdings comprou esta madrugada a construtora Ramos Catarino, por um valor não revelado, com o objectivo de manter cerca de 30 milhões de facturação em Portugal e crescer no estrangeiro, segundo o presidente do Conselho de Administração do grupo.

Em declarações à agência Lusa, Gilberto Silveira Rodrigues, da Nacala Holdings, disse que a lógica do grupo é de “reforço de competências e de aumento de sinergias na área da construção”, uma vez que tinha já adquirido o grupo Elevo e a Opway.

“Chegámos à conclusão que há um nicho de mercado enorme que tem a ver com a reabilitação urbana, com o número de hotéis que se constroem em Portugal e que é preciso fazer fit-out (mobilar)”, ou seja áreas onde a Ramos Catarino opera, facturando cerca de 30 milhões de euros por ano, um valor que a Nacala Holdings pretende manter.

Gilberto Silveira Rodrigues acrescentou que o objectivo é também reforçar a área internacional, assumindo a possibilidade de crescer na Europa, sobretudo em Londres, e poder operar na Alemanha, com especial atenção à zona de Berlim.

Actualmente, a Ramos Catarino tem actividade em Espanha, França, Holanda e Inglaterra, em “obras de dimensão média, mas com grande rentabilidade”, sublinhou o responsável.

“Neste momento, a empresa tem 30 obras em Lisboa, uma carteira de encomendas de 30 milhões de euros, tem rácios de rentabilidade melhores que empresas de construção tradicional porque trabalha num nicho”, acrescentou o responsável da administração, informando ainda que Vítor Catarino continuará na empresa como administrador para a área comercial.

Na área menos tradicional do fit-out, o dirigente notou à Lusa a possibilidade de garantir um “negócio de chave na mão”, ao “construir um hotel de A a Z, pronto a ser utilizado, o que em sinergia de custo também é interessante, por poupar dinheiro com tudo a ser feito por apenas uma entidade”.

Gilberto Silveira Rodrigues precisou que a Elevo está em oito países, com actividade em 17, pelo que o grupo Nacala garante presença em mais de 20 países, num “reforço de forma equilibrada”, mantendo negócios na Europa, África, América Latina, além de se tornar “mais eclético” e diversificando as fontes de receitas.

A origem do Grupo Ramos e Catarino está no Grupo Catarino que remonta a 1949 e a sua constituição como empresa do sector de construção civil e obras públicas data de 1979, segundo informações da Nacala.

O processo de internacionalização foi iniciado em 2006, em Espanha, e prosseguiu em 2012 com entrada em França e no Reino Unido.

A 6 de Março foi divulgado que os irmãos Vítor e Jorge Catarino tinham readquirido uma participação de 75% na empresa ao Fundo Vallis, e que “por intermédio deste acordo passam a deter a totalidade do respectivo capital social”.

Em comunicado, nessa data, o Vallis referiu que esta era uma oportunidade para a família “continuar o ciclo de crescimento de Volume de Negócios e de Carteira de Obras iniciado em 2017, onde foi possível estabilizar as operações após a aprovação do PER-Processo Especial de Revitalização em 2016, bem como retomar a confiança dos clientes e parceiros” do grupo.

“O Vallis Construction Sector Consolidation Fund, após ter alienado a totalidade dos seus activos, conclui assim um ciclo de intervenção na reestruturação de construtoras em graves dificuldades financeiras e operacionais, a que se propôs, e no qual deu o seu contributo ao nível da gestão na execução de processos de consolidação empresarial, adaptação estratégica e eficiência operacional”, segundo o mesmo comunicado.