Hamilton quer fazer crescer o seu mito

O primeiro e único piloto negro na história da competição lamenta que nada tenha mudado em 11 anos. Pela primeira vez desde 1969, o Mundial será disputado sem pilotos brasileiros. O regresso da Alfa Romeu é uma das novidades de 2018.

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Lewis Hamilton vai procurar o seu pentacampeonato LUSA/DIEGO AZUBEL

No ano em que comemora o décimo aniversário da conquista do seu primeiro Mundial de Fórmula 1 (F1), Lewis Hamilton quer reforçar a sua própria lenda na modalidade rainha do automobilismo, onde lamenta que continue a ser o primeiro e único piloto negro a competir. Um quinto título em 2018 faria o britânico alcançar o eterno Juan Manuel Fangio, sendo superado apenas pelo heptacampeão Michael Schumacher. Os resultados da Mercedes na pré-temporada suportam a sua ambição e entre os poucos rivais capazes de a contrariar, Sebastian Vettel perfila-se, mais uma vez, como o mais capaz. É que, com os mesmos quatro campeonatos no currículo, o alemão da Ferrari quer correr também para a história.

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No ano em que comemora o décimo aniversário da conquista do seu primeiro Mundial de Fórmula 1 (F1), Lewis Hamilton quer reforçar a sua própria lenda na modalidade rainha do automobilismo, onde lamenta que continue a ser o primeiro e único piloto negro a competir. Um quinto título em 2018 faria o britânico alcançar o eterno Juan Manuel Fangio, sendo superado apenas pelo heptacampeão Michael Schumacher. Os resultados da Mercedes na pré-temporada suportam a sua ambição e entre os poucos rivais capazes de a contrariar, Sebastian Vettel perfila-se, mais uma vez, como o mais capaz. É que, com os mesmos quatro campeonatos no currículo, o alemão da Ferrari quer correr também para a história.

“É justo considerar Lewis e a Mercedes como favoritos, mas espera-nos uma longa temporada”, admitiu Vettel já na Austrália, onde arranca, este domingo, madrugada em Portugal (SP-TV, 6h), o campeonato de 2018. E se os primeiros treinos no circuito de Albert Park servirem de barómetro para o que aí vem, não são aguardadas grandes surpresas a curto prazo. Hamilton, que arrebatou três Mundiais nos últimos quatro anos, e a tetracampeã Mercedes lideraram as duas sessões, apesar de o terem feito por uma margem menor do que se poderia imaginar pela amostra nos últimos testes da pré-temporada.

Um cenário propício para que o britânico e a sua equipa possam renovar os votos de um casamento feliz, até ao momento. O contrato do piloto termina no final desta época, mas um prolongamento do vínculo poderá estar iminente. Nos últimos dias, o director-executivo da Mercedes, Toto Wolff, fez saber que o acordo estará preso por pormenores e o principal deles será a sua duração. Hamilton chegou à Mercedes em 2013, encerrando um ciclo de seis anos na McLaren, onde iniciou a carreira e ao serviço de quem se sagrou campeão em 2008.

“É questão de dias, talvez de semanas, mas o lógico é que fique connosco", garantiu Wolff a meio da semana à agência austríaca de notícias APA: “Este pode ser o penúltimo ou o último contrato de Lewis e a sua duração é um tema importante. Mas estou optimista em relação ao que vai acontecer.” Uma declaração que poderá encerrar definitivamente com os rumores de um eventual interesse do britânico em trocar a equipa alemã pela Ferrari, que apimentaram a pré-temporada. Uma hipótese que o próprio campeão mundial já se encarregou de negar.

“É verdade [proposta da Ferrari], mas eles não podem ter todos os pilotos que desejam. E digo isto como grande fã da Ferrari”, reconheceu Hamilton, numa recente entrevista ao jornal italiano La Repubblica. “Vermelho é a minha cor preferida, mas estou feliz no lugar onde estou. A lealdade é um valor que o meu pai me ensinou”, acrescentou.

Para já, Vettel continua a ser o nome de referência da Ferrari para atacar o Mundial, mas nem tudo está a correr bem na Austrália. “Acho que o carro está bem, mas ainda não ao nível que eu quero que esteja. Existe algum trabalho a fazer mas se entendermos isso tudo ficará bem”, concluiu no final do treino.

Na previsível luta entre Mercedes e Ferrari pode intrometer-se a Red Bull que foi a única equipa a quebrar a hegemonia dos dois fortes adversários no ano passado, com três vitórias. A equipa austríaca, que já conquistou quatro mundiais, volta a apostar na dupla Daniel Ricciardo/Max Verstappen.

Imprevisível será ainda o comportamento da McLaren, a grande desilusão da última temporada. Para recuperar o prestígio, a escuderia trocou os motores Honda pelos Renault, mantendo a confiança no espanhol bicampeão-mundial Fernando Alonso e no belga Stoffel Vandoorne.

Uma das grandes novidades deste campeonato é o regresso da Alfa Romeu, após de 32 anos de interregno, na sequência de uma parceria com a Sauber e a Ferrari. A marca italiana disputou este campeonato desde o seu nascimento em 1950 até se retirar em 1985, com grande êxito nos anos de estreia, em que alcançou os seus dois únicos títulos de pilotos: Giuseppe “Nino” Farina (1950) e Juan Manuel Fangio (1951).

Em termos de campeonato, assinala-se os regressos dos GP de França (que será disputado na cidade de Le Castellet a 24 de Junho) e da Alemanha (Hockenheim, 22 de Julho). Excluída foi a prova da Malásia, que integrava o calendário desde 1999. E, pela primeira vez, desde 1969 (49 anos), o campeonato será disputado sem pilotos brasileiros, após a retirada de Felipe Massa no final da temporada passada.

Novidades pouco relevantes na opinião de Hamilton, que protestou na última quinta-feira contra a falta de diversidade na F1 desde que iniciou a sua carreira. “Nada mudou nos 11 anos em que estou aqui”, lamentou através da sua conta na rede social Instagram. O britânico, de 33 anos, referia-se em particular ao facto de continuar a ser o único piloto negro do pelotão: “Há tantos empregos neste desporto que qualquer pessoa, não importa a sua etnia ou formação, pode trabalhar aqui e encaixar-se bem.”