Uma jovem promessa, um jovem veterano e uma "velha" glória

Vinícius Júnior, Theo Walcott e Freddy Adu, três casos de adolescentes que entraram na alta roda do futebol mundial.

Fotogaleria

Vinícius Júnior Reservado pelo Real Madrid em 2019

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Vinícius Júnior Reservado pelo Real Madrid em 2019

Não há ninguém no futebol mundial que tenha dado tão certo e tão cedo como Pelé, “estrela” do Santos aos 16 anos e campeão mundial pelo Brasil aos 17. Mas Pelé nunca se testou fora do Brasil antes dos 35, ao contrário do que irá acontecer com Vinícius Júnior, o craque do Flamengo que já está reservado pelo Real Madrid a partir de 2019 e que custou aos “merengues” 45 milhões euros quando ainda tinha apenas 16 anos. Revelado nas escolinhas do “Mengão”, Vinícius estreou-se pelo gigante carioca ainda com 16 anos e, uma semana, com dois jogos como suplente na equipa principal, o Real pagou essa cláusula. Vinícius é um artista, um driblador irreverente, rápido e imprevisível, com um potencial ilimitado, mas ainda com muito para aprender. Só dentro de ano e meio é que irá para o Bernabéu, onde talvez encontre outro talento precoce que tem andado por outras paragens, o norueguês Martin Odegaard, internacional A aos 15 anos, e contratado pelos “merengues” aos 16 por quatro milhões.

Theo Walcott O jovem veterano de 28 anos

Com 16 anos e 143 dias de idade, Theo Walcott tornou-se no mais jovem jogador da história do Southampton (que estava no Championship), e fez o suficiente para atrair a atenção de Arséne Wenger e do Arsenal, que pagou por ele cerca de dez milhões de euros. E, sem ter feito qualquer jogo na Premier League, o jovem avançado foi um dos escolhidos por Eriksson para o Mundial 2006, uma escolha muito polémica porque o técnico sueco ignorou outros avançados mais experientes como Jermaine Defoe ou Darren Bent. Walcott não jogou nesse Mundial, mas haveria de ser presença regular na selecção inglesa (47 jogos, oito golos). As 11 épocas nos “gunners” é que não foram super-brilhantes, sobretudo porque as lesões nunca o deixaram em paz. Num esforço para relançar uma carreira estagnada, Walcott, um jovem veterano de 28 anos, mudou-se neste mercado de Inverno para o Everton, a troco de 22,5 milhões.

Freddy Adu Desperdício de talento e expectativa exagerada

Fez esta semana 14 anos que Freddy Adu foi escolhido como n.º 1 no draft da Major League Soccer e assinou contrato profissional com os DC United. Estes eram os tempos em que era visto como o novo Pelé, até pelo próprio Pelé, e choviam os patrocínios de todo o lado. Passaram 14 anos e Adu, aos 28, não sonha com nenhuma transferência milionária para a Premier League. Talvez assine com um clube da terceira divisão sueca, que seria a 14.ª equipa da sua carreira. A história do norte-americano nascido no Gana é um misto de talento desperdiçado e expectativas exageradas. Talvez Adu não fosse assim tão bom, mas não seria assim tão mau, e a prova é que ainda fez alguns jogos pela selecção principal dos EUA. Portugal e o Benfica foram a porta de Adu para o futebol europeu (custou 1,6 milhões), mas não convenceu na Luz (nem no Belenenses) e a sua carreira na década seguinte teve mais carimbos no passaporte que golos: Portugal, França, Grécia, Turquia, Brasil, Sérvia e Finlândia. Há pouco tempo, chegou a fazer testes médicos num clube polaco, mas tudo não passou de um golpe de marketing. Nem o treinador o queria. Não joga desde 2016 e talvez ainda esteja à espera que o telefone toque. Ou, então, já acabou a carreira.