Enfermeiros denunciam caos na urgência do Hospital de Guimarães, direcção desmente

Sindicato diz que há doentes em macas nas salas de triagem e noutros espaços livres, considerando que se "tornou mais visível a falta de recursos humanos e materiais".

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Paulo Pimenta

O Sindicato de Enfermeiros Portugueses (SEP) denunciou nesta quarta-feira o "caos" na urgência do Hospital de Guimarães e a "visível falta de recursos humanos e materiais", mas a administração daquela unidade hospitalar "desmente categoricamente e de forma absoluta" aquelas afirmações.

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O Sindicato de Enfermeiros Portugueses (SEP) denunciou nesta quarta-feira o "caos" na urgência do Hospital de Guimarães e a "visível falta de recursos humanos e materiais", mas a administração daquela unidade hospitalar "desmente categoricamente e de forma absoluta" aquelas afirmações.

Em comunicado enviado nesta quarta-feira, o SEP refere ainda que, em resultado de uma maior afluência àquele serviço, os tempos de espera são ultrapassados "muito para além do desejável", existindo doentes em maca nas salas de triagem e demais espaços livres, e afirma que se "tornou mais visível a falta de recursos humanos e materiais, comparativamente a outras épocas do ano".

Confrontado com as acusações e denúncias do SEP, em resposta escrita à Lusa, a administração do Hospital de Guimarães "desmente categoricamente e de forma absoluta, qualquer tipo de caos na urgência, tempos de espera além do desejável e falta de recursos humanos e materiais", embora reconheça um aumento do acesso ao serviço de urgência.

Sobre os tempos de espera, o hospital garante que o serviço de urgência "tem estado perfeitamente dentro do adequado".

"Podemos mesmo referir que, por exemplo, na primeira semana de 2018 (1 a 8 de Janeiro) tivemos um aumento de 13% no número de episódios de urgência, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Apesar deste aumento, reduzimos em 3% o tempo médio de espera, desde a triagem até à primeira observação médica", escreve a administração do hospital.

No comunicado, o SEP refere ainda que, "atempadamente, solicitou reunião à administração do hospital para discutir um plano de admissão de enfermeiros que tinha como objectivo pagar as horas em dívida, aumentar o número de efectivos diminuindo a estrutural carência de enfermeiros e admissões de enfermeiros ao abrigo do Plano de Contingência", mas que a administração "até à data não agendou reunião".

Segundo aquele sindicato, o reforço da equipa de enfermagem "só aconteceu a 9 de Janeiro, no início no turno da tarde" e, "de acordo com a informação obtida junto da enfermeira directora, haverá, ainda, a contratação de 12 enfermeiros, estando já a proceder às entrevistas".

Hospital confirma "reforço de recursos humanos"

A administração do Hospital de Guimarães confirmou que, "efectivamente, tem existido um reforço de recursos humanos", sendo que "o plano de contingência do hospital para esta época, que já está activo, previu o reforço do número de médicos, enfermeiros e outros técnicos de saúde para o Serviço de Urgência nesta época, acima de tudo pela rotatividade dos mesmos".

Apesar de considerar que "as afirmações do SEP não têm adesão à realidade face aos dados existentes", e de desmentir "qualquer falta de materiais, em qualquer área do hospital", aquela administração reconhece que há por onde melhorar.

"O que não negamos é que o serviço de urgência precisa de facto de melhorias, sobretudo ao nível dos espaços, condições de atendimento e condições de trabalho. Por isso, como é do conhecimento público, estamos prestes a lançar obras no mesmo, com reestruturação e ampliação, num valor total de 3,1 milhões de euros", refere.