Rastreio do cancro da mama passa dos 45 para os 50 anos

Despacho do Ministério da Saúde mantém a data limite dos exames nos 69 anos. O presidente da Liga Contra o Cancro defende que deveria ir até aos 75.

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FERNANDO VELUDO/ NFACTOS

O rastreio ao cancro da mama vai passar a ser iniciado mais tarde, em mulheres a partir dos 50 anos, segundo um despacho do Governo.

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O rastreio ao cancro da mama vai passar a ser iniciado mais tarde, em mulheres a partir dos 50 anos, segundo um despacho do Governo.

O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro confirmou esta terça-feira à agência Lusa que actualmente o rastreio ao cancro da mama se inicia aos 45 anos e se destina a mulheres até aos 69 anos.

Um despacho do Ministério da Saúde, datado de Setembro, vem "uniformizar critérios" nos programas de rastreio a doenças oncológicas. No cancro da mama, estabelece que passe a abranger mulheres dos 50 aos 69 anos, com uma mamografia a cada dois anos.

Segundo o despacho, "as adaptações necessárias aos novos programas de rastreio" devem estar implementadas até final do próximo ano.

O presidente da Liga Contra o Cancro considera que, na prática, a data dos rastreios com a nova faixa etária vai depender de cada administração regional de saúde. Vítor Veloso admitiu que há um conjunto de pessoas que tem vindo a defender que as mamografias sejam feitas a partir dos 50 anos, mas considerou que devia ter-se aproveitado para abarcar as mulheres mais velhas, até aos 75 anos, pelo menos.

Segundo o despacho do Ministério da Saúde, as utentes entre os 45 e os 50 anos que já tenham iniciado o programa de rastreio antes da introdução das alterações devem ser mantidas no programa.

Todos os anos, há cerca de seis mil novos casos de cancro da mama em Portugal, o que significa 11 casos novos por dia, que provocam a morte a quatro mulheres diariamente.