Ricardo Salgado proclama inocência e diz que não se deixará esmagar

O advogado do banqueiro leu um comunicado na presença de Ricardo Salgado, numa declaração sem direito a perguntas.

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O antigo líder do BES, Ricardo Salgado, proclamou nesta quinta-feira a sua inocência em relação aos 21 crimes de que foi acusado na Operação Marquês. Pela voz do seu advogado, Francisco Proença de Carvalho, o banqueiro disse que não se deixará esmagar, numa declaração sem direito a perguntas dos jornalistas lida num hotel de Lisboa.

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O antigo líder do BES, Ricardo Salgado, proclamou nesta quinta-feira a sua inocência em relação aos 21 crimes de que foi acusado na Operação Marquês. Pela voz do seu advogado, Francisco Proença de Carvalho, o banqueiro disse que não se deixará esmagar, numa declaração sem direito a perguntas dos jornalistas lida num hotel de Lisboa.

De fato cinzento e gravata de xadrez em tons de azul e vermelho, Ricardo Salgado manteve-se sempre em silêncio. No final, saiu da sala do hotel em passo vagaroso. Francisco Proença de Carvalho disse que está a passar por um momento difícil da sua vida, por causa de um processo que ficará para a história da Justiça portuguesa como “um dos piores exemplos de violações dos direitos” dos arguidos. 

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“Este processo infringiu todas as regras da decência”, observou o advogado, numa referência às violações do segredo de justiça que foram permitindo saber, ao longo dos últimos três anos, o que os investigadores iam descobrindo. “Ricardo Salgado não praticou qualquer crime, a acusação é totalmente infundada.” As “luvas alegadamente pagas ao antigo primeiro-ministro José Sócrates para favorecer os interesses do Grupo Espírito Santo são um caso “a que é absolutamente alheio”. 

Para Francisco Proença de Carvalho, o banqueiro representou “uma espécie de bóia de salvação para um processo que se estava a afundar nas suas múltiplas teses contraditórias”. E da única vez que Ricardo Salgado foi interrogado pela Justiça sobre este caso “foram-lhe apresentadas suposições, e não factos e provas”.

Numa crítica ao juiz Carlos Alexandre, cujo nome não foi mencionado, a defesa de Ricardo Salgado disse ainda que o Ministério Público tem o conforto de saber que o magistrado responsável pela instrução criminal do processo “em regra se limita a aderir” às teses dos procuradores, isto quando não vai ainda “mais longe”. Proença de Carvalho qualificou como “desnecessárias e desproporcionais” as medidas de coacção aplicadas ao seu cliente, que chegou a estar em prisão preventiva em casa. E como “abusivos e indiscriminados” os arrestos que lhe foram feitos, o último dos quais sobre a sua pensão de 39 mil euros. 

“Ricardo Salgado não se deixará condicionar ou esmagar por qualquer acto abusivo praticado por quem deveria ser o primeiro a defender a legalidade”, prometeu o advogado. “E levará até às últimas consequências a sua defesa”, terminou.