Queda de árvore no Funchal causou 13 mortos. Governo regional aponta responsabilidades à câmara

Governo regional destaca que árvore em causa é responsabilidade da câmara. “Eu como presidente do governo assumo as minhas responsabilidades. Quem tem outras áreas sobre sua administração, deve assumir as suas”, disse Miguel Albuquerque.

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Uma árvore de grande porte caiu ao meio dia desta terça-feira, atingindo pessoas que assistiam às cerimónias religiosas das festas da Senhora do Monte, no Funchal. Morreram 13 pessoas e 49 ficaram feridas, sete das quais com "alguma gravidade". O balanço foi feito pouco depois das 16h30 pelo secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, numa conferência de imprensa, e actualizado numa resolução aprovada pelo Conselho do Governo, que subiu de 12 para 13 o número de vítimas mortais.

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Uma árvore de grande porte caiu ao meio dia desta terça-feira, atingindo pessoas que assistiam às cerimónias religiosas das festas da Senhora do Monte, no Funchal. Morreram 13 pessoas e 49 ficaram feridas, sete das quais com "alguma gravidade". O balanço foi feito pouco depois das 16h30 pelo secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, numa conferência de imprensa, e actualizado numa resolução aprovada pelo Conselho do Governo, que subiu de 12 para 13 o número de vítimas mortais.

Entre as vítimas mortais está uma criança que chegou sem vida ao hospital Dr. Nélio Mendonça e uma mulher que não resistiu aos ferimentos. Entre os feridos estão “algumas crianças” e três cidadãos estrangeiros, de nacionalidade alemã, húngara e francesa.

As vítimas aguardavam, no Largo da Fonte, o início da procissão das festas da Nossa Senhora do Monte, que percorreria a freguesia. O arraial do Monte, que decorre durante nos dias 14 e 15 de Agosto em honra da padroeira do Funchal, é a maior festa tradicional madeirense.

No local estiveram 21 veículos, 55 operacionais de sete entidades envolvidas, entre quais a Protecção Civil, a Cruz Vermelha, as corporações municipais dos bombeiros do Funchal e Santa Cruz, os Bombeiros Voluntários Madeirenses, da Ribeira Brava e de Câmara de Lobos.

O governo regional montou um dispositivo de “apoio psicológico e psiquiátrico” na Junta de Freguesia do Monte e na sede da PSP do Funchal. O hospital Dr. Nélio Mendonça disponibilizou também duas linhas (291 705 678 e 291 705 779), a funcionar a partir das consultas externas, através das quais podem ser pedidas informações e é prestado apoio psicológico.

“Aquela área é de administração municipal”

Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, adiantou que o executivo vai decretar três dias de luto na Madeira.

Presente na conferência de imprensa desta terça-feira, Albuquerque recusou ter responsabilidade neste acidente. Respondia aos jornalistas que citavam as acusações de um morador do Monte de que Miguel Albuquerque – que foi presidente da câmara do Funchal entre 1994 e 2013 – conhecia o perigo em que se encontrava esta árvore e nada fez. “Nesta altura as pessoas estão emocionalmente com grande carga e começam a fazer essas especulações. Eu sempre assumi as minhas responsabilidade quanto estive à frente da câmara. Aquilo que foram as minhas obrigações eu cumpri”, respondeu o social-democrata.

António Mendonça, que mora junto ao Largo da Fonte, disse à RTP que tinha alertado tanto a vereação anterior como a actual, de Paulo Cafôfo, para o perigo de queda desta e de outra árvore. “Nada fizeram enquanto estiveram no pelouro”, acusou. O morador já tinha chamado a atenção duas vezes este ano, através do portal Funchal Notícias.

Destacando que neste momento a “prioridade é apoiar as famílias e os feridos”, Albuquerque deixou em aberto a possibilidade de abrir um inquérito para apurar responsabilidades. E acrescentou: “Aquela área é de administração municipal”. “Eu como presidente do governo assumo as minhas responsabilidades. Quem tem outras áreas sobre sua administração, deve assumir as suas”, referiu.

Por insistência dos jornalistas, o presidente do governo regional garantiu que, se houver responsabilidade humana, esta “será apurada”.

Apoio do Governo

Marcelo Rebelo de Sousa apresentou as "mais sentidas condolências" às famílias das vítimas, numa mensagem divulgada na página da Presidência da República. O chefe de Estado deve chegar por volta das 19h à Madeira, indicou Miguel Albuquerque.

António Costa reagiu a meio da tarde, apresentando as suas condolências às vítimas e familiares e a sua “solidariedade para com os madeirenses”, num comunicado enviado às redacções. O primeiro-ministro adiantou ainda que o Governo disponibilizou apoio médico “face ao elevado número de vítimas” e, por esse motivo, “o Ministério da Saúde está em permanente contacto com a Secretaria Regional de Saúde da Madeira”.

Miguel Albuquerque confirmou que o governo regional recebeu “apoio do Instituto Nacional de Emergência Médica e do Ministério da Saúde”.

O presidente do governo regional terminou a sua intervenção realçando que “estas fatalidades infelizmente acontecem em todo o lado” e o acidente “não vai afectar a imagem da Madeira": "A eficácia dos nossos meios de socorro foi excepcional.”

Breve cronologia dos acontecimentos

O secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, fez uma cronologia dos acontecimentos depois do acidente desta terça-feira:

  • Às 12h08 é feito o pedido de socorro e activado o mecanismo da protecção civil. Bombeiros municipais chegam ao local “cinco minutos depois”
  • Às 12h19 o primeiro ferido dá entrada no hospital Dr. Nélio Mendonça “pelos seus próprios meios”
  • Pelas 13h08, todos os feridos tinham sido levados para o hospital
  • Às 14h30 dá entrada no bloco operatório o primeiro dos feridos, com um traumatismo crânio-encefálico, com necessidade de cirurgia

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