Sérgio Conceição tinha a palavra do Nantes para sair

Treinador do FC Porto revela acordo com presidente do clube francês, que o libertava do compromisso caso surgisse proposta de um emblema maior.

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José Coelho/Lusa

Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, admitiu, em entrevista à revista “Dragões”, que a desvinculação do Nantes não foi pacífica. O técnico revelou que o presidente da equipa francesa, Waldemar Kita, lhe tentou "corta as pernas", não cumprindo a promessa feita ao técnico português, aquando da renovação de contrato, de que não o impediria de sair caso tivesse uma proposta de um clube melhor.

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Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, admitiu, em entrevista à revista “Dragões”, que a desvinculação do Nantes não foi pacífica. O técnico revelou que o presidente da equipa francesa, Waldemar Kita, lhe tentou "corta as pernas", não cumprindo a promessa feita ao técnico português, aquando da renovação de contrato, de que não o impediria de sair caso tivesse uma proposta de um clube melhor.

"Antes de renovar com o Nantes, o presidente apertou-me a mão e disse-me que se aparecesse um clube de maior dimensão não me cortaria as pernas", começou por explicar o treinador portista, admitindo que o acordo não foi pacífico.

"A maior parte das pessoas não sabia que existia aquele compromisso verbal que, para mim, como eu sou, vale tanto ou mais do que uma cláusula ou folha assinada. Isso não foi respeitado e tentou-se ao máximo complicar a minha saída. Eu compreendi, por tudo o que disse, que as pessoas tenham ficado desiludidas e tristes com a minha saída, mas isto é futebol. Não quero estar a alimentar mais cenários nem a dar continuidade a esta novela. A novela acabou", explicou ainda.

Para Sérgio Conceição, "tudo foi feito da forma correcta" mas o técnico admitiu que o divórcio “foi difícil para todos". "Porque é que não se vê as coisas de outra forma? Renovo o contrato e um mês depois aparece um clube como o FC Porto. Não posso sair porquê? Não fiz nada de grave, não enganei ninguém e fui directo e correcto com as pessoas. Depois de saber do interesse do FC Porto, no dia seguinte de manhã estava em Nantes a dizer isso cara a cara ao presidente", lembrou ainda.

Sérgio Conceição admitiu que treinar o FC Porto não é um sonho tornado realidade, mas "uma questão de competência", e realçou, "muito sinceramente", que até "pensava chegar antes" ao banco dos “dragões”. "Sinto que nos primeiros anos fiz um trabalho de qualidade", afirmou.

Assumir a equipa "azul e branca" sem títulos no currículo não é algo que deixe Sérgio Conceição menos confiante. "É como um jogador de 19 anos que as pessoas podem considerar imaturo. Há jogadores de 19 anos que são fantásticos e mais maduros do que alguns de 35. É certo que as pessoas podem pensar que cheguei ao FC Porto sem ganhar nada, mas ganhei muita coisa ao nível a que treinei. Para se ganhar é preciso um projecto como este, por exemplo. Se o FC Porto não conquistar títulos, aí sim, será uma desilusão e uma frustração para mim", concluiu.