Conselho de Disciplina abre inquérito sobre denúncias de corrupção contra Benfica

Justiça desportiva também vai investigar o caso.

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ESTELA SILVA/Lusa

O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) abriu um inquérito depois de o director de comunicação do FC Porto ter acusado o Benfica de ter um esquema para ser favorecido pelos árbitros.

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O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) abriu um inquérito depois de o director de comunicação do FC Porto ter acusado o Benfica de ter um esquema para ser favorecido pelos árbitros.

"Instaurado processo de inquérito, por decisão do presidente do Conselho de Disciplina, de 8 de Junho de 2017, tendo por base declarações e notícias relacionadas com denúncias de eventuais actos de corrupção", diz o documento assinado por José Manuel Meirim, presidente do Conselho de Disciplina, e publicado nesta quinta-feira no site da FPF.

Isto significa que a justiça desportiva decidiu investigar o caso, um dia depois de o Ministério Público ter igualmente confirmado a instauração de um inquérito no DIAP de Lisboa na sequência do recebimento de uma denúncia anónima relativa a uma suposta troca de emails entre Pedro Guerra e o antigo árbitro Adão Mendes e que, segundo Francisco J. Marques, director de comunicação do FC Porto, são prova de um "esquema de corrupção para beneficiar o Benfica".

Em declarações ao PortoCanal, o responsável pela comunicação dos "azuis-e-brancos" disse ter recebido cópias das trocas de mensagens entre os dois elementos, afirmando que as mesmas ilustram a "clandestinidade na arbitragem portuguesa".

"Em Fevereiro de 2014, Adão Mendes, um ex-árbitro de primeira categoria, mandou um email ao Pedro Guerra (comentador de desporto e director da Benfica TV) a dizer que 'não podemos ser mansinhos'", afirma Francisco J. Marques. No susposto documento, os dois envolvidos farão referência ao “primeiro-ministro”, que será, na realidade, de acordo com Francisco J. Marques, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e não António Costa.

"O primeiro-ministro é um grande homem e um grande líder, tem um grande amor ao glorioso. Hoje, o SLB manda mesmo e os outros não mexem nada. Dizem os sábios dos painéis que o FC Porto já não manda. Hoje, quem nos prejudicar, sabe que é punido. Isto foi conquistado pelo primeiro-ministro. Quanto às missas, temos bons padres para todos. Agora, apague tudo", terá escrito Adão Mendes a Pedro Guerra.

O director de comunicação do FC Porto afirmou ainda que Adão Mendes disse a Pedro Guerra quais os árbitros em que o Benfica podia confiar. Manuel Mota, Bruno Esteves, Nuno Almeida, Vasco Santos, Jorge Ferreira, Rui Silva e Paulo Batista foram os nomes citados.

"Eram árbitros que estavam ao serviço do Benfica. Não temos de ter ilusões sobre isto. Isto prova que há um esquema de corrupção para beneficiar o Benfica. Isto não é inventado por nós. Agora temos de esperar que as autoridades, que têm fingido que não se passa nada, façam algo. Isto não é falso, isto é verdadeiro", garantiu Francisco J. Marques no programa Universo Porto - Da Bancada.

O Benfica reagiu às declarações de Francisco J. Marques, afirmando que vai avançar com um processo-crime contra o responsável portista: "O Sport Lisboa e Benfica repudia e desmente de forma veemente as falsas e absurdas insinuações do director de comunicação do FCP e avançará com o correspondente processo-crime por difamação e outros processos que se justifiquem. Considerando que mais não visam do que desviar as atenções da crise e graves problemas por que passam outras instituições."