Gadgets de corrida

Nem sempre tudo corre bem no mundo da tecnologia, tal como numa corrida.

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Estava a ler no iPad a edição de Julho da revista Runner’s World, que traz um dossier dedicado aos gadgets para a corrida e parei no editorial de Andy Dixon, onde ele lembra que a corrida é um desporto para o qual basta ter “um par de ténis decentes” - e nesta edição ele experimentou os Nike Zoom Vaporfly 4% que foram usados pelo campeão Olímpico Eliud Kipchoge no “Projecto Duas Horas” (a tentativa da Nike de baixar o tempo da maratona com sapatilhas que segundo a marca reduzem o gasto energético necessário para correr em 4%) e relançaram a discussão sobre o “dopping tecnológico” e as suas fronteiras. 

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Estava a ler no iPad a edição de Julho da revista Runner’s World, que traz um dossier dedicado aos gadgets para a corrida e parei no editorial de Andy Dixon, onde ele lembra que a corrida é um desporto para o qual basta ter “um par de ténis decentes” - e nesta edição ele experimentou os Nike Zoom Vaporfly 4% que foram usados pelo campeão Olímpico Eliud Kipchoge no “Projecto Duas Horas” (a tentativa da Nike de baixar o tempo da maratona com sapatilhas que segundo a marca reduzem o gasto energético necessário para correr em 4%) e relançaram a discussão sobre o “dopping tecnológico” e as suas fronteiras. 

Mas apesar de todos os avanços tecnológicos “é a própria pessoa que tem de correr”, realça Andy Dixon, ainda somos nós que temos de colocar um pé à frente do outro. E isso fez-me lembrar a tristeza que senti quando recentemente soube que tinha sido descontinuado por falta de financiamento do investidor no projecto, o Tune, da Kinematix, a startup criada pelo português Paulo Ferreira dos Santos, e que em 2015 tinha sido escolhida pela revista Wired para integrar a série “Startup of the Week”. 

A ideia do Tune, que foi lançado no mercado em Outubro de 2016 e funciona com sensores e palmilhas que se aplicam nos ténis, surgiu ao CEO português para tentar evitar que os corredores tivessem problemas nos tornozelos e nos joelhos, melhorassem a performance e evitassem as lesões. Paulo Ferreira dos Santos queria que o Tune “tornasse visível para uma pessoa que corre, o efeito de se ter ou não se ter uma boa técnica”, dando-lhe pistas para melhorar e perceber o porquê da importância de se correr em boas condições. O Tune monitorizava os dois pés dos desportistas, dava informações sobre a forma como se corre em tempo real, identificava que parte do nosso pé batia primeiro no solo (o calcanhar ou o terço anterior do pé) e por quanto tempo. A informação era enviada para uma app no smartphone ou para o relógio electrónico e lidos os resultados e a evolução ao longo dos treinos, a técnica de corrida podia ser melhorada já que a aplicação dava também indicação de diversos tipos de exercícios  adequados.