"A cultura não é um custo, mas sim investimento"

Durante o debate sobre A cultura e as cidades, Pedro Abrunhosa destacou: “Um país que se impõe culturalmente também se impõe economicamente”.

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O debate era sobre os "custos" da cultura mas toda a gente os referiu como "investimento". A cultura e as cidades foi o tema da terceira sessão do ciclo de conferências Olhares Cruzados sobre Portugal, que reuniu, esta quinta-feira, o músico Pedro Abrunhosa, o director executivo da EDP, António Mexia, e, no papel de moderador, Rui Vilar, presidente não-executivo da Caixa Geral de Depósitos e administrador não-executivo da Fundação Gulbenkian. 

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O debate era sobre os "custos" da cultura mas toda a gente os referiu como "investimento". A cultura e as cidades foi o tema da terceira sessão do ciclo de conferências Olhares Cruzados sobre Portugal, que reuniu, esta quinta-feira, o músico Pedro Abrunhosa, o director executivo da EDP, António Mexia, e, no papel de moderador, Rui Vilar, presidente não-executivo da Caixa Geral de Depósitos e administrador não-executivo da Fundação Gulbenkian. 

O papel contributivo da cultura para o desenvolvimento das cidades e cidadãos é um aspecto indiscutível para os convidados, que se reuniram na sede da EDP em Lisboa. “A cultura não é um custo, mas sim investimento. Ela aumenta a produtividade das pessoas, porque torna-as capazes de 'trazer mundo' para qualquer lado onde estejam”, refere o CEO da EDP, acrescentando: “Cultura é diferenciação e sem isso não há competição. E sem competição não há riqueza”.

Pedro Abrunhosa recordou que o orçamento para a Cultura em Portugal não chega a 1% do PIB e que é fundamental um investimento maior neste sector, para dar “dignidade ao país e auto-estima aos cidadãos”. António Mexia concordou, acrescentando que “é preciso uma ambição e uma consistência sistemática e duradoura nesta área. É difícil atrair dinheiro privado para a cultura, portanto é essencial criar-se um mercado com um ciclo vicioso para se investir neste ramo”, destaca o director da EDP, empresa que inaugurou no ano passado o MAAT (Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia).

António Mexia, que acredita ser necessária “uma mudança na abordagem à cultura”, relata um episódio passado no dia em que apresentou o MAAT numa conferência de imprensa. “As primeiras perguntas dos jornalistas portugueses foram 'Quanto custou o museu? Como explica o atraso de meses?', enquanto as dos outros foram 'Qual é a programação do Museu? Como vão relacionar a tecnologia e arte?'. Penso que isto mostra bem quais são as nossas preocupações. Somos reaccionários em relação à cultura”, apontou.

O ciclo de conferências fecha no Porto, no dia 23, para debater a “nova” e a “velha” economia. David Dinis, director do PÚBLICO, será o moderador da sessão que terá como convidados António Murta, administrador da Pathena, um fundo de investimento em empresas da nova economia, e António Mota, presidente do Conselho de Administração da Mota Engil. O ciclo Olhares Cruzados sobre Portugal é uma organização conjunta do PÚBLICO e da Católica Porto Business School, com apoio da EDP e patrocínio da Ibersol, um grupo multimarca no negócio da alimentação.