Maxi não deixou o Benfica acelerar para o título

Tudo na mesma no topo do campeonato após empate (1-1) no “clássico” da Luz. Jonas marcou, mas um antigo herói benfiquista fez o papel de herói do FC Porto.

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LUSA/MÁRIO CRUZ

Podia acontecer uma de três coisas no “clássico” da Luz. Podia haver uma aceleração, uma ultrapassagem, ou podia ficar tudo na mesma. Ficou tudo na mesma. Benfica e FC Porto empataram (1-1), tal como acontecera no Dragão (e o segundo empate consecutivo para ambos), e a diferença entre primeiro e segundo manteve-se em um ponto. Jonas ainda deixou os “encarnados” em vantagem durante quase meio jogo, mas Maxi Pereira, neste seu segundo regresso à Luz como inimigo, marcou à equipa que representou durante oito temporadas e garantiu a divisão de pontos.

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Podia acontecer uma de três coisas no “clássico” da Luz. Podia haver uma aceleração, uma ultrapassagem, ou podia ficar tudo na mesma. Ficou tudo na mesma. Benfica e FC Porto empataram (1-1), tal como acontecera no Dragão (e o segundo empate consecutivo para ambos), e a diferença entre primeiro e segundo manteve-se em um ponto. Jonas ainda deixou os “encarnados” em vantagem durante quase meio jogo, mas Maxi Pereira, neste seu segundo regresso à Luz como inimigo, marcou à equipa que representou durante oito temporadas e garantiu a divisão de pontos.

Era um “clássico” com muito em jogo que acabou por não decidir nada, mas que mostrou que há equilíbrio e que a luta pelo título vai ser até ao último segundo do último jogo, como foi a luta pela vitória entre “dragões” e “águias”. Jogo dividido, intenso e eléctrico como costumam ser todos estes grandes jogos e com dois jogadores a ganharem protagonismo: Jonas, porque marcou à equipa do treinador que o dispensou do Valência; Maxi Pereira, porque marcou o golo do empate e porque o festejou num estádio que agora o assobiava, mas que há dois anos o celebrava. E também não se quebrou um impasse estatístico de ambos os treinadores: Rui Vitória continua sem ganhar ao FC Porto; Nuno Espírito Santo continua sem ganhar ao Benfica.

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Benfica e FC Porto apresentaram-se a jogo mais ou menos como era esperado. Vitória decidiu-se por Rafa em vez de Zivkovic e manteve Samaris (Fejsa estava convocado, mas nem para o banco foi), Nuno apostou em Corona e deixou o seu melhor marcador, André Silva, no banco, entregando a Soares o lugar mais adiantado do ataque. Como que alimentado pela tremenda energia na Luz, o Benfica apresentou-se autoritário em campo e não demorou muito a fazer o marcador funcionar. Jonas ganha espaço na área com a bola controlada e sofre um contacto desastrado de Felipe. Dos onze metros, aos 7’, Jonas atirou para o meio, Casillas atirou-se para a sua direita e houve festa na Luz.

Era uma espécie de vingança do avançado brasileiro sobre aquele que não chegou a ser seu treinador no Valência e cuja decisão de não o manter fez com que aterrasse na Luz. Até houve um momento do jogo em que o brasileiro foi contra o treinador do FC Porto e não fez nada para travar – e isto gerou alguma confusão junto aos bancos. Retomado o jogo, o Benfica continuou por cima e conseguiu, durante cerca de 20 minutos, manter o jogo no seu meio-campo ofensivo, e só teve reacção portista nesta altura, com um remate perigoso de Óliver Torres, que passou ao lado da baliza.

O jogo dividiu-se e as equipas trocaram oportunidades de golo. Aos 29’, boa jogada de Rafa deixa a bola em Mitroglou, que atira fraco para as mãos de Casillas; aos 37’, Brahimi obriga Ederson a trabalho apertado; aos 41’ Luisão cabeceia por cima após livre perfeito de Pizzi. Mas já se sentia uma pequena inversão no sentido de jogo e muito por culpa de Brahimi. Pelo jogo que fez, custa a acreditar que, em tempos, Nuno achava que o argelino era dispensável.

Segunda parte. O FC Porto entra como o Benfica tinha entrado na primeira e também colheu cedo os frutos. Brahimi ganha a linha de fundo na esquerda, a defesa do Benfica não se consegue livrar da bola com competência e, no meio da confusão, estava lá Maxi Pereira para a meter na baliza. Há casos em que um jogador não festeja um golo contra uma equipa em que passou grande parte da sua vida desportiva. Este não foi um desses casos. Maxi, naturalmente assobiado por um estádio que olha para ele como um traidor, correu, pulou e gritou com o golo do empate, o primeiro que marcava ao Benfica – mas já tinha marcado num “clássico” com a camisola “encarnada” em 2011-12, numa meia-final da Taça.

Estava outra vez tudo igual. E foi a hora de os guarda-redes ganharem protagonismo. Ederson, guarda-redes de presente e futuro, saiu-se na perfeição a uma desmarcação de Soares aos 60’ e deteve um tiro de Brahimi aos 65’, Casillas, guarda-redes do passado e do presente, foi San Iker aos 65’, num remate de Jonas à queima-roupa, aos 72’ após cabeceamento de Mitroglou, e aos 73’, a um cabeceamento de Luisão.
Mais trabalho para o espanhol do que para o brasileiro – o Benfica carregou mais na parte final, o FC Porto foi mais pragmático na defesa do empate -, mas os dois guarda-redes foram absolutamente decisivos para manterem o empate como o resultado que iria sobreviver até ao último suspiro do jogo. Nada mudou na hierarquia do campeonato. E continua a bastar um jogo para que tudo mude.

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