Cronologia do caso dos comandos: seis meses, três processos disciplinares, 14 arguidos

Datas-chave do que aconteceu neste caso.

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Miguel Manso

4 de Setembro - Hugo Abreu morre às 21h45 do primeiro dia da instrução e da Prova de Choque. Dylan da Silva chega ao Hospital do Barreiro já depois da meia-noite, às 00h20 de dia 5.

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4 de Setembro - Hugo Abreu morre às 21h45 do primeiro dia da instrução e da Prova de Choque. Dylan da Silva chega ao Hospital do Barreiro já depois da meia-noite, às 00h20 de dia 5.

7 de Setembro - Ministério Público abre inquérito à morte de Hugo Abreu.

8 de Setembro - Ministro da Defesa José Azeredo Lopes dá quatro meses ao Exército para avaliar o curso através de uma inspecção técnica extraordinária, um processo conduzido pela Inspecção-Geral do Exército. O relatório fica concluído em Dezembro. Em paralelo o Exército abre um processo de averiguações interno, para apurar responsabilidades, que resultará também em Dezembro em três processos disciplinares.

10 de Setembro - O soldado Dylan da Silva morre às 9h35 no Hospital Curry Cabral, onde aguardava um transplante de fígado.

15 de Setembro - A instrução do curso 127, que tinha inicialmente 67 recrutas, é retomada com 17 desistências.

30 de Setembro - O último dos 11 instruendos internado tem alta hospitalar.

25 de Outubro - Os primeiros militares a serem constituídos arguidos são os dois enfermeiros que asseguravam o funcionamento da enfermaria de campanha.

18 de Novembro - Cinco instrutores, o médico e o director de curso são constituídos arguidos, a maioria dos quais por abuso de autoridade por ofensas à integridade física. Os instrutores indiciados treinavam os grupos 1 e 4 de Hugo Abreu e Dylan da Silva.

25 de Novembro - O curso termina, com um total de 42 desistências, 27 das quais a pedido dos instruendos e as restantes por indicação médica ou inaptidão física. Concluem o curso 23 instruendos.

5 de Dezembro - O relatório da inspecção técnica do curso é entregue ao Chefe do Estado-Maior do Exército que dá conhecimento do mesmo ao ministro da Defesa Nacional. Um referencial (que define regras mais claras e limites à instrução) é aprovado para dar garantias de maior segurança para futuros cursos.

16 de Dezembro - O Exército anuncia que os três acusados por processos disciplinares das averiguações internas são o director e o médico do curso, respectivamente um tenente-coronel e capitão, e o encarregado de instrução do Grupo 1, de graduados, o grupo de Hugo Abreu. Todos recorrem e o processo não está concluído. À excepção do médico, os outros dois visados mantêm-se em funções no Exército.

16 de Março - O início do curso 128 é anunciado para 7 de Abril. O ministro Azeredo Lopes diz ao PÚBLICO que com este referencial se pretende evitar mortes como as do curso 127.

29 de Março - Aos nove arguidos constituídos em Novembro, juntam-se mais cinco nesta semana. O comandante de companhia de formação, os encarregados de instrução e comandantes dos grupos 2 e 3 do curso, onde feridos mas não mortes. O inquérito-crime às duas mortes, conduzida pelo DIAP e Polícia Judiciária Militar, prossegue e tem actualmente 14 arguidos.