Cartas ao director
Reestruturação da CGD
A verdade faz-nos mais fortes
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Reestruturação da CGD
As notícias sobre a reestruturação da Caixa Geral de Depósitos (CGD) indiciam que a administração se prepara para reduzir em 25% os 1200 balcões existentes, hipótese que vem provocando nas populações e nos seus autarcas as maiores preocupações pelos transtornos que provocará nos ainda residentes em vilas e aldeias do interior do país.
Não menor preocupação atormenta trabalhadores e sindicatos, pois o encerramento de balcões implicará a redução de efectivos, por reformas antecipadas ou despedimentos camuflados de rescisões amigáveis.
Não ignorando que as novas tecnologias e a redução do volume de negócios aconselham ajustar à realidade, julgo que poderão ser encontradas soluções aproveitando estruturas públicas no terreno, como as Juntas de Freguesia, e as respostas que a banca proporciona pelas caixas multibanco através das quais é possível realizar depósitos e proceder ao pagamento de serviços.
Existindo nas freguesias instalações onde aqueles equipamentos podem ser colocados, basta dotá-las de pessoas oriundas da banca ou da junta a quem será dada formação para ajudar os clientes da CGD a beneficiarem dos serviços, sem necessidade de procurarem outras instituições bancárias. E, muito menos, se vejam forçados a guardar as suas poupanças debaixo do colchão.
A. Álvaro de Sousa – Valongo
O populismo perdeu?
Respiraram as elites de alívio, porque o povo na Holanda não deu a vitória aos populistas. Ouvindo-os, dir-se-ia termos assistido a uma inversão da tendência e, daqui em diante, serão apenas amanhãs cantantes.
O partido do primeiro-ministro desceu de 41 para 33 lugares no Parlamento. O partido populista subiu de 15 para 20. Não ficou em primeiro lugar, mas, mais importante do que este alívio temporário, é saber se a tendência se mantém ou será apenas uma questão de tempo até vencer.
Enquanto as elites não forem exemplos de liderança e seriedade e continuarem a comportarem-se como oportunistas não estou a ver inversão. A auto-satisfação pelo sucesso holandês, que se decreta estrutural e consolidado, apenas os desacredita mais. De vitória em vitória, até…
Carlos J F Sampaio, Esposende
Nem depois da casa roubada
Um pouco por todo o mundo ocidental, os dirigentes políticos não ganharam para o susto perante “fenómenos” populistas que eles próprios provocaram, após governações afastadas dos povos e seus anseios. Tivemos o “Brexit “e Trump, e adivinharam-se outros desastres. Afinal, Wilders não se confirmou, Le Pen parece estar a perder gás e, na Alemanha, a extrema-direita ainda parece bastante verde.
Os resultados da Holanda levaram toda a Europa a respirar de alívio. Será que estes “nossos” políticos, de tão aliviados, não estarão já a varrer para debaixo do tapete os arrependimentos que, por respeitinho aos cépticos eleitorados, repentinamente tentaram mostrar?
José A. Rodrigues, Vila Nova de Gaia