Em Abril, os hospitais vão ser mesmo obrigados a comprar plasma através do Instituto de Sangue

Presidente do Instituto do Sangue garante que vão ser cumpridos todos os prazos previstos no despacho que visa acabar com o monopólio da Octapharma.

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asm ADRIANO MIRANDA

O Governo vai conseguir cumprir os prazos que prevêem que, já a partir de Abril, os hospitais públicos sejam obrigados a recorrer ao Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST) para se abastecerem de plasma e derivados do sangue. “O que se previa era que isso acontecesse a partir do primeiro quadrimestre de 2017, ainda não está terminado esse prazo, mas a partir daí sim, os hospitais que precisem do plasma para transfusão ou de medicamentos derivados do plasma terão que recorrer aos mecanismos previstos no respectivo despacho”, garantiu o presidente do IPST, João Paulo Almeida e Sousa, em Santo Tirso.

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O Governo vai conseguir cumprir os prazos que prevêem que, já a partir de Abril, os hospitais públicos sejam obrigados a recorrer ao Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST) para se abastecerem de plasma e derivados do sangue. “O que se previa era que isso acontecesse a partir do primeiro quadrimestre de 2017, ainda não está terminado esse prazo, mas a partir daí sim, os hospitais que precisem do plasma para transfusão ou de medicamentos derivados do plasma terão que recorrer aos mecanismos previstos no respectivo despacho”, garantiu o presidente do IPST, João Paulo Almeida e Sousa, em Santo Tirso.

Numa tentativa de conseguir que o país deixe de estar dependente de empresas estrangeiras para se abastecer de plasma e derivados de sangue, num mercado que em Portugal foi dominado muitos anos pela multinacional Octapharma, cujo ex-administrador, Paulo Lalanda e Castro, foi preso em Dezembro de 2016 por alegada corrupção no âmbito da Operação Marquês, o Governo publicou nesse mesmo mês um despacho que obriga todos os hospitais públicos a recorrerem, primeiro, ao IPST para se abastecerem daquele material.

A comissão de acompanhamento do processo, que inclui representantes do IPST e de associações de doentes e de dadores, já está criada. “Já saiu também uma circular que prevê todos os mecanismos de aquisição do plasma e o que queremos é que todo o plasma português seja aproveitado, que não haja qualquer desperdício”, especificou João Paulo Almeida e Sousa, asseverando que o país é auto-suficiente em plasma para transfusão, embora possa ter que recorrer ao estrangeiro para satisfazer as suas necessidades em termos de medicamentos derivados do plasma.

Além da detenção do ex-administrador da Octapharma, a investigação do Ministério Público ao negócio do plasma (um componente do sangue) por suspeitas de favorecimento da multinacional levou também à constituição de vários arguidos, entre os quais dois advogados e uma farmacêutica. Trata-se de um negócio muito rentável: entre 2009 e Setembro do ano passado, a Octapharma ganhou mais de 250 milhões de euros com a venda a hospitais públicos, segundo a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed). No ano passado, os gastos totais do Serviço Nacional de Saúde com a compra de plasma e medicamentos derivados ascenderam a 47,7 milhões de euros.

O objectivo é que seja agora o Estado, através do Laboratório Militar, a aproveitar o plasma que é colhido nas dádivas de sangue em Portugal e a garantir que o mesmo não seja desperdiçado, como tem acontecido nos últimos anos.