O doping tecnológico chegou às sapatilhas de corrida?

Em causa estão os materiais utilizados nos novos modelos que os maratonistas pretendem utilizar para bater o recorde do mundo da distância.

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Este é o polémico modelo de sapatilhas DR

A Federação Internacional de Atletismo (IAAF, sigla em inglês) está a investigar a nova geração de sapatilhas de corrida utilizada pelos maratonistas (Zoom Vapor Elite). O jornal britânico The Guardian noticiou nesta terça-feira que a entidade máxima do atletismo mundial vai averiguar se o calçado apresentado pelo fabricante de material desportivo Nike, que vai ser utilizado pelos maratonistas que tentam correr a maratona abaixo das duas horas, foi fabricado de acordo com as especificações técnicas impostas pela IAAF.

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A Federação Internacional de Atletismo (IAAF, sigla em inglês) está a investigar a nova geração de sapatilhas de corrida utilizada pelos maratonistas (Zoom Vapor Elite). O jornal britânico The Guardian noticiou nesta terça-feira que a entidade máxima do atletismo mundial vai averiguar se o calçado apresentado pelo fabricante de material desportivo Nike, que vai ser utilizado pelos maratonistas que tentam correr a maratona abaixo das duas horas, foi fabricado de acordo com as especificações técnicas impostas pela IAAF.

Um porta-voz da Nike disse ao jornal britânico que a marca está convicta de que o seu novo produto cumpre com os regulamentos. “Temos conhecimento da especulação que existe em torno desse equipamento e fomos questionados sobre o mesmo”, começou por afirmar o funcionário da Nike, lembrando que as dúvidas não se centram apenas num só fabricante. A Nike acredita que as suas novas sapatilhas são capazes de melhorar o desempenho dos atletas em 4% comparativamente a modelos anteriores.

No último ano tem crescido a especulação em torno das sapatilhas da Nike, com o ex-responsável pelo Projecto Oregan (programa que visa melhorar os resultados desportivos), Steve Magness, e o cientista do desporto Ross Tucker a questionarem se o calçado utilizado pelo etíope Kenenisa Bekele na maratona do Dubai, há sensivelmente um mês, não continha molas na sola. Especulação alimentada com a apresentação de um protótipo da Nike junto do serviço de patentes dos Estados Unidos a 4 de Maio de 2016, em que se falava na possibilidade de o calçado desportivo incluir molas na sua composição.

O porta-voz da Nike, contudo, refutou ao The Guardian essa ideia: “Bekele estava a utilizar uma sapatilha de competição que é um protótipo no qual temos vindo a trabalhar há quase dois anos (…) e que respeita os regulamentos da IAAF.”

A Nike assumiu como objectivo para a marca que um atleta equipado por si corra a maratona abaixo das duas horas. Já escolheu, inclusive, o local onde essa tentativa irá decorrer e a data – final da Primavera, no Autódromo Nacional de Monza. A escolha tem a ver com a temperatura estimada de 12º e o reduzido vento que se prevê nessa época do ano, em Monza.

Há três atletas Nike a treinarem para bater o recorde da maratona, embora muitos especialistas digam que tudo isto seja mais uma forma de promoção do novo calçado da marca de equipamento desportivo do que uma tentativa séria.