Pela segunda vez, as exportações da metalurgia passam a barreira dos 14 mil milhões

Os mercados da União Europeia têm cada vez mais peso.

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mdu Marco Duarte

As exportações das empresas portuguesas ligadas à metalurgia registaram no ano de 2016 um valor de 14.596 milhões de euros. Os números traduzem um crescimento ligeiro, de apenas 0,2%, face a 2015, mas nesse ano o sector bateu o recorde de exportações, com vendas ao exterior de 14.563 milhões de.

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As exportações das empresas portuguesas ligadas à metalurgia registaram no ano de 2016 um valor de 14.596 milhões de euros. Os números traduzem um crescimento ligeiro, de apenas 0,2%, face a 2015, mas nesse ano o sector bateu o recorde de exportações, com vendas ao exterior de 14.563 milhões de.

Os dados são da Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicos e a Afins de Portugal (AIMMAP), que sublinha, em comunicado, o facto de este ser o segundo ano consecutivo em que a fasquia dos 14 mil milhões de euros é ultrapassada. O que, sublinha a AIMMAP, posiciona o sector no lugar cimeiro das indústrias de bens que mais exporta em Portugal. A larga distância, aliás, dos seguintes, com o dobro das vendas alcançadas pelos sectores do calçado e dos têxteis juntos (quase 2000 milhões de euros ecerca de 5000 milhões de euros, respectivamente).

Para este resultado, muito contribuíram os últimos dois meses de 2016, com particular destaque para o mês de Dezembro, altura em que as exportações cresceram 13,1% face ao período homólogo. Os dados divulgados pela AIMMAP também permitem perceber a influência que tem para o sector o desempenho económico de países da União Europeia, em especial França, Espanha e Reino Unido.

As exportações para a UE cresceram cerca de 750 milhões de euros (de 10.727 milhões em 2015 para 11.471 milhões em 2016), o que representa um crescimento de 6,9%.

Por mercados, o espanhol mantém-se o mais importante e foi aquele que mais cresceu em termos absolutos (+9,1%), fechando o ano com vendas de cerca de 3387 milhões de euros.

Segue-se o mercado alemão, que representa 17,5% das vendas do sector ao exterior, mas que foi o único que em 2016 registou uma quebra (-6,5%), com as vendas a caírem de 2718 milhões (2015) para 2542 milhões de euros. Em declarações ao PÚBLICO, o vice-presidente da AIMMAP, Rafael Campos Pereira, sublinhou o bom desempenho que têm tido as peças técnicas que exporta o sector para indústrias da área ferroviária, aeroespacial e automóvel, e mostrou-se muito pouco preocupado com a descida do mercado alemão.  "Na verdade, esses resultados têm mais a ver com a deslocalização de algumas fábricas, que estavam na Alemanha e passaram para países vizinhos como a Roménia e a República Checa", sublinha.

O mesmo responsável da AIMMAP sublinha que as primeiras semanas de 2017 trouxeram sinais positivos, mas destaca duas inquietações: o "Brexit" e a eleição de Donald Trump para a Presidência dos EUA.

As exportações para o Reino Unido estavam com sinais muito positivos até Julho de 2016, mas depois entraram numa curva descendente. Mesmo assim, as vendas ascenderam a 1385 milhões de euros. 

Já no mercado dos Estados Unidos – o maior importador do mundo, como destaca Rafael Campos Pereira –, a mudança de orientação para uma política proteccionista tem riscos a que o sector está particularmente sujeito, por causa das medidas que a AIMMAP considera discricionárias por pretenderem limitar, por exemplo, eventuais fornecedores das forças armadas.