Águas do Douro e Paiva retoma abastecimento de água em alta no Grande Porto

Assembleia geral elegeu os novos corpos sociais e os municípios elegeram três representantes.

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Ministro do Ambiente prometeu há um ano fazer a reversão da empresa Àguas do Douro e Paiva evr Enric Vives-Rubio

A Águas do Douro e Paiva, que este Governo reactivou, elegeu nesta quarta-feira em assembleia geral os novos corpos sociais, uma decisão que ocorre precisamente um ano depois do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, ter anunciado que o abastecimento de água em alta no Grande Porto voltaria a ser gerido por aquela empresa, que o anterior Governo extinguiu.

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A Águas do Douro e Paiva, que este Governo reactivou, elegeu nesta quarta-feira em assembleia geral os novos corpos sociais, uma decisão que ocorre precisamente um ano depois do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, ter anunciado que o abastecimento de água em alta no Grande Porto voltaria a ser gerido por aquela empresa, que o anterior Governo extinguiu.

Eduardo Gomes é o presidente do conselho de administração da Águas do Norte, que elegeu o socialista Gonçalo Rocha, presidente da Câmara de Castelo de Paiva, para presidir à assembleia geral. Para além do presidente, a administração é constituída por três vogais executivos: João Pedro Neves, da Administração dos Portos do Douro e Leixões, Joana Felício, vereadora da Câmara de Matosinhos, e António Borges, que renunciou ao lugar de deputado na Assembleia da República. António Borges foi indicado pelos municípios, mas a primeira escolha recaiu no ex-autarca de Santo Tirso, Castro Fernandes, que declinou o convite por razões pessoais. O presidente da Câmara de Amarante, José Luís Gaspar (PSD), é agora vogal não executivo.

No final da assembleia geral, o vereador da Câmara do Porto, Manuel Pizarro, declarou que o processo de reversão da Águas do Douro e Paiva representa “uma grande vitória política da Área Metropolitana do Porto, da região, mas sobretudo do ministro do Ambiente, que se empenhou activamente neste combate quando ainda era presidente da empresa municipal Águas do Porto”. O também presidente da distrital do PS-Porto acrescentou ainda tratar-se de “uma vitória da ideia da gestão descentralizada da água porque os municípios do litoral aceitaram, como sempre disseram que aceitariam, pagar uma taxa adicional de solidariedade para com os municípios de baixa densidade”.

O autarca socialista adiantou, por outro lado, que o próprio Governo participará nesta iniciativa, afectando “parte de uma taxa que é cobrada, permitindo, desta forma, que as tarifas dos municípios do interior sejam mantidas”.

Na altura, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, foi uma das vozes que se levantou desde o início contra a decisão tomada pelo anterior Governo de extinguir a empresa Águas do Douro e Paiva. O autarca independente escreveu uma carta a todos aos munícipes da cidade a alertar para “o enorme aumento do preço que a água sofrerá no município caso o Governo concretize o processo de fusão das águas em curso”. Segundo Rui Moreira, esse diferencial de preço atingiria os 40%.

Nesta quarta-feira, Manuel Pizarro criticou a decisão “ilegítima” do anterior Governo de extinguir a empresa contra a vontade dos municípios que detinham 49% do capital social das Águas do Douro e Paiva. Já o ministro do Ambiente, que esteve presente na sessão, no Porto, não desperdiçou a oportunidade de dizer que aquilo que o executivo de Passos Coelho fez foi um ”esbulho”.